
Longevidade é muito mais do que só viver mais tempo. A imagem do idoso dedicado apenas aos netos ficou no passado. Hoje, pessoas com mais de 60, 70 e até 80 anos estão empreendendo, viajando, estudando e realizando novos sonhos. De olho nesse movimento, nasceu a Seniortech Ventures, uma venture builder e holding de investimentos criada para impulsionar empreendedores sêniors e negócios que desenvolvem soluções voltadas a esse público.
Fundada em 2021, a venture builder tem 15 investidas atualmente. Além dos cheques, cujo valor depende do negócio, a Seniortech Ventures também entra com o smart money – que vem de uma rede de 92 investidores experientes em suas áreas de atuação e dispostos a transmitir esse conhecimento de mercado.
“Existe um mercado que no Brasil representa 28% da população brasileira, que tem 50 anos ou mais. E, segundo o IBGE, essa galera toda tem nas mãos cerca de R$ 2 trilhões. E sabe como a gente se sente? Invisível. Ninguém olha pra gente. Só que a gente está vivendo cada vez mais. A economia prateada é uma transversal. Assim como tem a fintech, a edtech, a healthtech, nós vamos cada vez mais ter a fintech seniortech, a edtech seniortech e por aí vai”, explica Fernando Potsch, CEO da Seniortech Ventures.
Em entrevista ao Startups durante a fisweek25, que acontece nesta semana no Rio de Janeiro, Fernando conta que além de apoiar startups que já nascem com o propósito de atender à população 50+, a Seniortech Ventures também busca no mercado soluções que têm potencial de serem endereçadas a esse grupo, mas não estão atentas a esse nicho.
“Esse é um mercado ainda pouco explorado pelas startups porque elas acham que o LTV, o lifetime value, é curto. Eles acham que a gente vai morrer amanhã. Mas eu não vou morrer amanhã e, se morrer, ainda volto para te dar um peteleco”, brinca o CEO. “Aí você vai olhar para a base de clientes da empresa, 20%, 30% é sênior, e ele não estava olhando para essa oportunidade”.
Entre as investidas da Seniortech Ventures estão, por exemplo, a Talento Sênior, de Talent-as-a-Service, que conecta empresas com profissionais com mais de 45 anos. Outra empresa do portfólio é a Bem-Te-Vi Academy, de ensino de idiomas em conjunto com práticas integrativas, que trabalha, além das questões educacionais, o bem-estar mental e emocional do aluno. Outro exemplo é a Conecta, de tecnologia para o público sênior.
Além da Seniortech Ventures, Fernando Potsch também lidera uma vertical de seniortechs na Anjos do Brasil, onde criou o evento Cidades 50+. A ideia é levar o tema da longevidade para hubs de inovação em diferentes cidades do Brasil.
“Vamos conversar com os hubs de inovação. Vamos conversar com o poder público, juntar todo mundo, fazer uma boa salada, para as pessoas entenderem que tem muita oportunidade bacana nesse nicho de mercado”, diz.