A gestora X8 Investimentos está em busca de novas empresas para investir nos próximos dois anos. Em entrevista ao Startups, o CEO Carlos Miranda, um dos fundadores da companhia, disse que procura por três ou quatro investimentos para completar o terceiro fundo da casa, que tem como objetivo alocar recursos em negócios de impacto.
Os dois primeiros fundos da X8 foram focados em empresas de médio porte (middle market), com rápido crescimento. O novo fundo irá manter esses critérios, adicionando como último filtro o potencial de impacto. Ou seja, negócios que contribuam de alguma forma para mitigar um problema social ou ambiental.
“Estamos na economia real. São empresas que já têm faturamento, mas crescem a taxas de venture capital, a proporções de 70%, 80% ao ano. Agora queremos que 100% do portfólio traga impacto no DNA. Não é que a gente seja um fundo de impacto, mas esse é o último filtro”, explicou Carlos.
A gestora já selecionou três empresas para compor o portfólio do seu terceiro fundo. São elas: Vida Veg, de produtos veganos; a Home Agent, startup de atendimento ao cliente em modelo home office; e a Tera, edtech voltada para formações para o mercado de trabalho.
“Estamos no meio do caminho. Nossos fundos têm seis ou sete investimentos no máximo. Devemos fazer mais três ou quatro investimentos nos próximos dois anos”, disse o gestor.
Foco na internacionalização
Outra novidade anunciada por Carlos ao Startups é que a X8 está internacionalizando seu portfólio. Com isso, o potencial de atração de capital estrangeiro é outro dos critérios que serão usados pela gestora na escolha das empresas.
A gestora montou até mesmo um escritório na Filadélfia, uma localização estratégica que permite estar perto de Nova York, onde o fund raising está concentrado; da Flórida, onde possíveis investidores brasileiros moram; e de Delaware, onde as empresas provavelmente serão incorporadas.
“As empresas brasileiras são tão boas quanto as americanas, mas estão pouco preocupadas com internacionalização. No fim acabam desleixando um pouco com a competição global. Mas o potencial de crescimento no exterior é enorme”, afirmou Carlos, que pretende com isso capturar recursos também de brasileiros que moram nos Estados Unidos.
A preferência, segundo o gestor, será por empresas que competem de igual para igual com os pares internacionais, e não necessariamente aquelas que apostam na economia da saudade para atrair um público brasileiro no exterior.
“A economia da saudade acaba limitando um pouco o mercado. Queremos empresas que passaram por todas as dores e delícias de empreender no Brasil, e agora estão prontas para ir além. Nosso calo de empreendedor brasileiro acostumado à diversidade faz com que a gente acabe voando muito mais”, acredita o executivo.