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A Buser é a mais nova empresa a entrar nos cortes de pessoal. Em um enxugamento iniciado hoje pela manhã, a companhia está reduzindo sua equipe em 30%, ou cerca de 160 demissões. Todas as áreas foram afetadas, sem exceção, e com peso equivalente, apurou o Startups.   

Uma lista com aproximadamente 90 nomes já está circulando nas redes. A possibilidade de uma redução já vinha sendo aventada há algumas semanas, apesar de fontes próximas à companhia dizerem que o negócio vinha rodando bem.

Em comunicado, a companhia disse que o movimento foi necessário para se adaptar à nova realidade do mercado trazida pelo cenário macroeconômico. A companhia também disse que a morosidade dos avanços regulatórios também tem afetado sua operação.

“Infelizmente, tivemos que fazer esse ajuste, não só devido ao cenário macroeconômico, mas também por causa da perseguição que sofremos de alguns órgãos reguladores”, disse Marcelo Abritta, fundador e CEO da Buser, também conhecido como Pato, em comunicado. “Esperamos que a regulação tenha avanços no próximo governo para que possamos voltar a gerar empregos de alto valor agregado”, completou o fundador, que chegou a se reunir com o atual presidente da República no fim de 2020 para discutir as regras do setor.

“A jurisprudência em construção nos tribunais (como em São Paulo, no Rio e em Minas Gerais) é favorável ao modelo da Buser, mas órgãos reguladores descumprem decisões judiciais e praticam blitze seletivas nas viagens da startup, gerando custos adicionais para prejudicar o fretamento colaborativo e beneficiar as grandes viações – que vem perdendo mercado para os novos entrantes”, escreveu a Buser em comunicado.

Com investidores de peso como SoftBank e Valor Capital, a Buser levantou mais de R$ 700 milhões em 4 rodadas desde a sua fundação, em 2016.

Em entrevista ao Startups em maio, Gabriela Miranda, diretora de novos negócios da Buser afirmou que a companhia pretendia crescer 3 vezes em 2022, seguindo o avanço de 3,6 vezes dos 12 meses anteriores. A boa expectativa era resultado da retomada do mercado de viagens com o fim das medidas de restrição, e também das novas iniciativas da companhia, como novos canais de venda e a inclusão de pacotes de hospedagem nas ofertas.   

Onde

O movimento da Buser marca uma nova fase do freio de arrumação pelo qual o mercado de venture capital e startups está passando. Depois de empresas que estavam em situação bem vulnerável por não terem um modelo de negócios tão azeitado, agora, a realidade da falta de perspectiva de melhora do cenário de captações começa a chegar para aquelas companhias que tinham a casa um pouco mais arrumada.

No primeiro semestre, quando muitas startups anunciavam grandes desligamentos de colaboradores, a Buser conseguiu manter-se estável, destacou Pato em declaração enviada ao Startups. “Vale ressaltar que as operações da Buser seguirão normalmente, com viagens acontecendo para centenas de cidades em todas as regiões do Brasil. Essas mudanças de agora não vão afetar nossos serviços”, completou.

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