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A Quiq, startup gaúcha de software para restaurantes criada por um dos fundadores da Getnet junto a gigantes do food service do país, está recalculando sua rota. Com dificuldades na captação de uma nova rodada, a companhia nascida em 2021 está demitindo e mudando seu plano de negócios, ativando o que algumas pessoas chamaram de “modo sobrevivência”.

Segundo apurou a reportagem do Startups, os cortes chegam a 40 pessoas, ou cerca de metade do quadro de 88 colaboradores que a companhia tinha. As demissões afetaram times como o RH (que foi totalmente desativado), analistas de negócio, marketing e até mesmo executivos do alto escalão. Em call com os funcionários dispensados, a companhia destacou que fornecerá vale-refeição e plano de saúde por dois meses após o desligamento.

Conforme relatou uma fonte ouvida pelo Startups, o CEO Cristian Cavalheiro deverá deixar a companhia até o fim do mês. Ainda resta saber quem deve assumir as rédeas do negócio idealizado pelo empreendedor gaúcho José Renato Hopf, fundador da Getnet, CEO da venture builder 4All, e agitador do cenário empreendedor no Sul do país.

Procurada por meio de sua assessoria de imprensa, a startup não se posicionou até a publicação desta reportagem.

Histórico

A Quiq nasceu como uma solução online para resolver gargalos de restaurantes e redes na gestão de seus pedidos online em diferentes canais. Isso envolvia a automação de tarefas como pedidos customizados de clientes, atualização de pratos indisponíveis no cardápio e outros trabalhos que antes eram feitos de forma manual ou resultavam em problemas nos pedidos.

Com os cortes, o comentário interno na companhia é de que a Quiq passará a operar em um “modo de sobrevivência”, deixando de lado os planos de expansão para focar somente no atendimento aos seus principais clientes. No caso, as grandes redes que são sócias da empresa e incluem nomes de peso como McDonald’s, Domino’s, Outback, Giraffas, Rei do Mate, Spoleto e Bob’s.

A decisão representa um desvio enorme da rota desenhada no plano original da startup, que previa uma aceleração agressiva em seu negócio. “Tinha um plano de aumentar 10 vezes a base de clientes em 2023, mas isso dependia de uma rodada série A que era esperada pra este ano”, afirma um ex-funcionário.

Segundo apurou a reportagem, a Quiq sentou à mesa com cerca de 50 fundos e investidores, mas as conversas não avançaram porque não se chegou a um consenso sobre o valuation ideal. Para completar, em meio às dificuldades de captação, a informação interna é de que os sócios “grandões” da empresa também não compareceram na hora de injetar fundos adicionais no negócio.

Apesar de tudo, já que a esperança é a última que morre, a Quiq está em meio a um novo esforço para se capitalizar. Esta semana, executivos da empresa estão no SXSW, nos Estados Unidos, em uma missão liderada pelo parque Tecnopuc, de Porto Alegre, em busca de investidores. Entretanto, resta saber se este movimento já vai se alinhar com a nova estratégia ou será a salvação para retomar os planos de crescimento.

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