Demissões

Cora demite 13% na busca por lucratividade e sustentabilidade

Segundo Igor Senra, cofundador e CEO da Cora, falta pouco para a fintech se tornar uma empresa lucrativa

Cora 2
Cora 2. Crédito: divulgação

A Cora, banco digital exclusivo para PMEs, demitiu 47 pessoas – cerca de 13% do seu quadro de funcionários. As demissões foram apuradas pelo Startups e confirmadas pela própria companhia por meio de um comunicado de imprensa e post no Linkedin feito nesta segunda-feira (22).

A empresa afirmou que alguns de seus produtos, como a conta digital e o cartão de crédito, já operam com margem unitária positiva. No entanto, a companhia está fazendo um esforço ainda maior para alcançar o crescimento sustentável. As demissões, de acordo com a Cora, fazem parte desse movimento, para “trabalhar com mais foco em atividades que entregam mais valor aos clientes”.

“Nos últimos quatro anos, todas as pessoas na Cora se dedicaram a torná-la não só o banco das PMEs, como também uma empresa sustentável. Ao longo de 2023, todas as equipes fizeram mudanças para se tornarem ainda mais eficientes e estratégicas. Estes esforços aproximaram muito a Cora de uma operação lucrativa. Hoje, os nossos principais produtos, conta digital e cartão de crédito, operam com margem unitária positiva. No entanto, entendemos que, para 2024, precisamos intensificar o compromisso com o crescimento sustentável, otimizando ainda mais a estrutura e escopo, o que nos permitirá trabalhar com mais foco em atividades que entregam mais valor aos nossos clientes e à Cora. Tomamos essa dura decisão buscando uma simplificação, convergindo nosso foco em iniciativas que julgamos importantes para o futuro da Cora, como alinhar nossos recursos com as principais prioridades de produto, continuar crescendo e atingir a lucratividade”, disse a empresa, em nota.

No LinkedIn, o cofundador e CEO da Cora, Igor Senra, revelou que “falta pouco para a Cora ser lucrativa”. “Acreditamos que simplificar nossa estrutura e alinhar nossas prioridades com o desenvolvimento de produtos é o que precisamos fazer para chegar lá”

A companhia não revelou quais áreas foram afetadas pelos cortes. Segundo o site Layoffs Brasil, as demissões afetaram profissionais de marketing, software, experiência do cliente, entre outros, em níveis variados de senioridade.

Os funcionários impactados receberão um pacote de benefícios específicos além das verbas rescisórias previstas em lei. A Cora se comprometeu a oferecer um salário adicional, depósito adicional de benefícios flexíveis no cartão Flash (VR e VA) referente a fevereiro, extensão de seis meses dos planos de saúde e odontológico, e um mês de assinatura de Zenklub (plataforma de saúde mental) e Gympass (plataforma de saúde física). A empresa também pagará auxílio-parental de R$ 1.500, além de verbas para compra de notebook e assinatura de LinkedIn Premium durante três meses. Para pessoas pertencentes a grupos minorizados socialmente com salário de até R$ 7.786, o pacote inclui também auxílio de R$ R$ 4.250 para o pagamento de uma consultoria de recolocação no mercado.

A fintech reforça que as mudanças não devem gerar nenhum impacto na experiência dos clientes. “Seguiremos nosso propósito de simplificar a vida das pessoas donas de pequenos e médios negócios no Brasil”, pontua.

A companhia já havia demitido 59 pessoas há menos de um ano, em abril de 2023, o que na época também equivalia a 13% da equipe. Durante o anúncio, o CEO revelou que as medidas estavam em linha com o objetivo da Cora de continuar crescendo, com a expectativa de se tornar um negócio lucrativo em 2024. “Continuaremos trabalhando duro e perseguindo o nosso o propósito de simplificar a vida das pessoas donas de pequenos negócios”, afirmou.