Demissões

iFood faz demissão em massa e cortes chegam a 355

Número equivale a 6,4% do quadro total e relatos já confirmam a demissão de colaboradores do time de produto

iFood
Crédito: divulgação

O iFood está abrindo a estatística de demissões em massa para o mês de março. Segundo relatos que circulam nas redes sociais, o aplicativo líder no mercado de food delivery no país está realizando uma onda de demissões em seu quadro, e a contagem de afetados pode chegar a 300 colaboradores.

A informação foi adiantada pelo perfil no LinkedIn do Layoffs Brasil, apontando que o plano da companhia é dispensar o equivalente a 5% do quadro total da companhia, ou 300 funcionários. De acordo com relatos online, há confirmação de que profissionais da equipe de produto estão sendo demitidos. Além disso, uma lista aberta com nomes das pessoas dispensadas já está circulando online.

Atualização: segundo uma segunda nota divulgada pelo iFood, o número fechado de demissões chega a 355 pessoas, o que equivale a 6,4% do quadro de colaboradores, que é de cerca de 5,5 mil pessoas.

Segundo fontes ligadas ao iFood, o esforço da companhia foi o de fazer os desligamentos de forma discreta, o que inclusive envolveu alguns esforços para “abafar” comentários internos sobre os cortes. “Um ponto de tensão interno é que a empresa bloqueou o canal “Random” (Aleatório) no Slack, o que impede que os funcionários se comuniquem através deste canal”, afirmou o Layoffs Brasil.

Procurado pela reportagem do Startups, o iFood confirmou as demissões, apesar de não dar informações sobre número de pessoas afetadas, nem as áreas atingidas pelos cortes. Para justificar a decisão, a empresa colocou na conta do cenário macroeconômico.

O atual cenário econômico mundial tem exigido das empresas ações imediatas na busca por novas rotas para enfrentar essas adversidades. Não foi diferente com o iFood. Lamentamos por cada perda e estamos comprometidos em garantir que esse momento difícil seja conduzido com o máximo de cuidado e respeito a essas pessoas”, destacou a companhia em nota.

Para os funcionários dispensados, a empresa disponibilizou um pacote de benefícios, incluindo PLR (participação nos lucros) proporcional ao tempo de trabalho, o não-desconto do VR e VA do mês de março no valor da rescisão, extensão do plano de saúde e iDoc até 30 de abril, LinkedIn premium por 3 meses, suporte psicológico via app Psicologia Viva até 1º de junho e doação de notebook, celular e outros itens corporativos de trabalho.

O passaralho no iFood acontece nove meses depois do anúncio de uma onda de cortes internos e redução de 50% em contratações para a startup. Na época, a empresa atribuiu isso a uma “mudança de comportamento” na sociedade em relação aos dois últimos anos e apontou a mudança interna como uma “manobra natural e orgânica”, a fim de manter “a eficiência operacional” do aplicativo, a partir “dessa nova realidade”.

Outro fato relevante para a líder de food delivery no país – o iFood detém mais de 80% do market share – foi a recente decisão do Cade em limitar os contratos de exclusividade da companhia junto a restaurantes. O acordo entre o iFood e órgão regulador, apesar de não ter uma ligação direta com a decisão de hoje, foi vista por muitos players – como o rival Rappi – como um marco que pode afetar o rumo da concorrência no setor.