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Em mais uma rodada de demissões, a Loft dispensou 340 pessoas hoje pela manhã. O número representa 15% do quadro de 2,2 mil funcionários da companhia. Esse é o 4º corte feito pela proptech nos últimos 12 meses. Em dezembro/22, quando fez um ajuste de 12%, ela dispensou 312 de um quadro de 2,6 mil. Somando todos os cortes e a saída natural de pessoas, o enxugamento foi de 1,2 mil, saindo de 3,1 mil para 1,8 mil em um ano.

O Layoffs Brasilcolocou no ar uma lista com nomes e contatos de quem entrou no corte. “Meu time todo se desfez. Ficou só eu e mais um. Toda a operação B2C do Rio e BH acabaram (sic)”, escreveu um funcionário.

Em comunicado enviado ao Startups, a Loft disse que o movimento de hoje se concentra nas equipes administrativas ou focadas em projetos com prazo de maturação mais longo. “O objetivo é adequar custos e despesas do Grupo num contexto econômico local e global mais desafiador para as empresas de tech do que poderia ter sido previsto”, informou. Com o ajuste, a Loft se diz “fortalecida no seu caminho de crescimento com susteantabilidade” e que busca atingir o breakeven operacional até o fim do ano.

Os demitidos hoje receberão um pacote de benefícios que inclui extensão do plano de saúde para o titular e dependentes por 2 meses, apoio ao processo de recolocação profissional e facilitação da participação no plano de stock options para as pessoas elegíveis.

O zumzumzum sobre uma nova redução do quadro começou a circular na quarta-feira. Ontem, funcionários da companhias foram orientados a não ir ao escritório hoje por conta de uma manutenção de geradores. Ao longo da manhã os dispensados foram comunicados.

O Startups apurou que os desligamentos foram feitos em diferentes níveis da empresa, incluindo pessoas da alta liderança de áreas como dados e segurança da informação. Ao contrário dos níveis mais juniores, os executivos tiveram um tempo maior para fazer a transição dos times e permanecerão na proptech até meados de abril.

Dificuldades para captar

O Startups apurou que desde o ano passado a companhia tem tido dificuldades de captar dinheiro novo para financiar suas operações. Uma rodada de US$ 130 milhões liderada por um de seus principais investidores, a a16z, foi para a rua, mas não chegou a ser concluída. No material enviado ao mercado ao qual o Startups teve acesso, a companhia diz ter atingido um GMV de US$ 1,5 bilhão em 2022 no seu marketplace de compra e venda de imóveis, e US$ 1,2 bilhão na sua operação de financiamento.

No começo de 2021 a companhia levantou US$ 525 milhões avaliada em US$ 2,9 bilhões. Na época, a rodada foi considerada uma captação pré-IPO. O processo poderia acontecer em 2022 em 2023, mas tudo que aconteceu no cenário macroeconômico depois acabou frustrando os planos.

A Loft nasceu com uma proposta de comprar, reformar e revender imóveis, o home flipping. Com a pandemia, a companhia entrou no modelo de marketplace. Depois, seguiu em uma estratégia de adicionar serviços financeiros às suas ofertas, movimento que foi turbinado pela compra da CrediHome.

Segundo uma fonte com conhecimento das contas da proptech, o negócio sempre precisou de caixa externo para se sustentar por ter muito ativo no balanço – os imóveis comprados na operação de reforma e revenda. Em parelelo, a companhia teve dificuldades de encontrar um caminho sustentável de monetização. As questões internas, ligadas ao cenário externo mais complexo, trouxeram as dificuldades de financiar a operação, o que levou à necessidade de enxugamento.

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