Em janeiro, o Spotify já tinha feito uma onda sensível de cortes em sua operação, dispensando cerca de 600 pessoas (6% da força de trabalho). Agora, a gigante do streaming acaba de realizar um novo passaralho, dispensando 200 (2% do quadro), principalmente na área de podcasts.
Segundo reportou o TechCrunch, a movimentação faz parte de uma reorganização interna, prevendo a fusão dos dois principais estúdios da companha – Parcast e Gimlet Studios. Segundo a head da divisão de podcasts do Spotify, Sahar Eihabashi, a mudança servirá para expandir esforços com podcasters em todo o mundo, a partir de uma abordagem mais personalizada com cada programa e criador.
“Esta pivotagem fundamental, em que saímos de uma proposta mais uniforme, vai nos permitir atender melhor a comunidade de criadores”, afirmou Eihabashi em memorando aos funcionários.
Nos cortes realizados em janeiro, a divisão de podcasts já tinha sido afetada, e mostrava sinais que o Spotify estava revendo seus esforços na área. Entretanto, parece que agora a decisão foi ainda mais drástica, reduzindo o ritmo de investimentos em conteúdos próprios.
Abaixo das expectativas
Segundo fontes, o investimento pesado que o Spotify fez no apoio a produtores de podcasts – indo além da veiculação destes conteúdos e partindo para a produção de conteúdo original – estava sugando recursos internos sem gerar o retorno esperado.
No ano passado apenas, a empresa gastou cerca de US$ 200 milhões com a Gimlet, e US$ 56 milhões com a Parcast. Sem obter o resultado desejado em muitos deles, a companhia chegou a cancelar a produção de 11 séries originais.
Completando o anúncio da reestruturação, o Spotify compartilhou algumas métricas sobre seu negócio de podcast. A empresa diz que agora existem 100 milhões de ouvintes de podcast em 5 milhões de shows. A receita de anúncios de podcast também experimentou “crescimento de dois dígitos” de 2021 a 2022.
“Dados esses aprendizados e nossa posição de liderança, embarcamos recentemente na próxima fase de nossa estratégia de podcast, focada em oferecer ainda mais valor para criadores (e usuários!)”, Elhabashi escreveu em seu memorando. “Isso começa com a maximização do consumo do grande público que estabelecemos por meio da inovação de formato e garantindo que mais criadores em mais lugares alcancem o sucesso”, finaliza.