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A diversidade de gênero é uma pauta cada vez mais importante para as companhias, mas basta olhar para os cargos mais altos para perceber que a equidade ainda está longe de ser uma realidade. Na América Latina, mulheres ocupam menos de 30% dos cargos de liderança nas empresas de tecnologia, segundo a pesquisa Women in Technology, realizada pela Michael Page. Para ajudar a mudar esse cenário, o unicórnio Betterfly firmou uma parceria com a Todas Group para aumentar a representatividade feminina em cargos decisórios.

A Todas Group é uma startup que oferece soluções para a construção de políticas e processos de diversidade, equidade e inclusão nas empresas, além de oferecer mentorias e formação para as profissionais alcançarem posições de liderança. Com clientes como L’Oréal, Johnson & Johnson, TIM e Janssen, a empresa alcançou o breakeven há cerca de um ano e agora quer expandir sua operação no mercado de tecnologia. O objetivo é dobrar o faturamento e o impacto neste ano.

Na L’Oréal, em um ano de trabalho, a Todas aumentou o número de mulheres promovidas em 41% e de lideranças femininas seniores em 50%. Ainda apoiou a companhia a promover sua primeira líder negra.

Para Tatiana Sadala, CEO e cofundadora da Todas Group, a parceria com a Betterfly mostra que a busca por mais participação feminina em cargos de liderança tem ido além das companhias tradicionais, que muitas vezes precisam apresentar dados de diversidade a acionistas e ao mercado, por exemplo. “Existe um nível de maturidade e desenvolvimento diferente de empresas centenárias para empresas digitais e mais recentes. Para mim, o mais interessante está sendo ver empresas nascidas digitais fazendo o trabalho de gigantes e buscando criar um ambiente propício para as mulheres prosperarem e assumirem posições decisórias”, aponta a empreendedora, em entrevista ao Startups.

Compromissos

Fundada no Chile, em 2018, a Betterfly se tornou um unicórnio em 2022, após uma rodada de US$ 125 milhões. Em 2024, a empresa firmou os compromissos do Women’s Empowerment Principles (WEP) com a ONU Mulheres, e, a partir do diagnóstico realizado, criou uma squad multidisciplinar com metas e objetivos claros para alcançar a igualdade de gênero, explica Sol de Cabo, Chief Human Resources Officer da Betterfly.

“Em 2023, conseguimos fortalecer pilares de DE&I (Diversidade, Equidade e Inclusão), implementar políticas e protocolos de gênero e evoluir com o programa de liderança feminina. Os números apontam avanços importantes, com a promoção de 32% do quadro feminino em nosso time global. Realizamos vários workshops ao longo do ano e rodas de conversa muito ricas”, afirma.

Referências femininas

Para impulsionar carreiras de colaboradoras em tecnologia, a Todas Group oferece mentorias com profissionais como Mafoane Odara, ex-líder de recursos humanos para América Latina da Meta; Kim Farrell, líder global de criadores do TikTok; Beatriz Bottesi, CMO e líder de Marketing para América Latina da Meta; e Paula Paschoal, diretora de parcerias globais do Google Pay.

Tatiana Sadala, da Todas, explica que um dos principais desafios no setor é a falta de referências femininas em cargos estratégicos. Daí a importância da mentoria com mulheres com as quais as profissionais possam se identificar e se inspirar. “Metade das mulheres no Brasil hoje dizem que falta uma referência de liderança feminina inspiradora próxima na sua carreira para crescer”, aponta.

A metodologia da Todas, desenvolvida após um estudo de cinco meses com 40 das principais líderes da América Latina, mapeou as 16 habilidades mais transformadoras para a liderança feminina. Entre elas, estão a autoconfiança, adaptabilidade, comunicação, protagonismo, alta performance emocional e posicionamento estratégico.

“No nosso programa, a gente faz um diagnóstico da empresa e um assessment individual e em grupo. O posicionamento estratégico é uma habilidade que a gente trabalha muito em todos os setores. É a capacidade de tomar decisões, de se posicionar ou não se posicionar. Ou, ainda, como se posicionar em situações especialmente delicadas. E do lado da empresa também observamos como são as políticas, se o ecossistema favorece as mulheres. Quanto mais fértil o terreno, mais as mulheres conseguem desenvolver habilidades que podem entregar resultados”, diz Tatiana.

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