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Acompanhando o movimento de gigantes globais de tecnologia para se tornarem ainda mais competitivas e inovadoras, a Salesforce vem reforçando seu relacionamento com startups  por meio de aportes e parcerias estratégicas. Recentemente, a companhia aumentou o tamanho de seu fundo de investimentos em startups de inteligência artificial, o Generative AI Fund, de US$ 250 milhões para US$ 500 milhões, com o intuito de trabalhar ainda mais com empreendedores e acelerar o desenvolvimento de soluções disruptivas.

O veículo é o maior criado pela Salesforce até o momento e, desde seu lançamento em março deste ano, já investiu em companhias como Cohere, Anthropic (que acabou de receber aporte da Amazon), You.com e Hugging Face. “Queremos investir em pessoas visionárias, com muita experiência no setor, para que possamos sair na frente nas curvas de inovação. Temos dedicado muito tempo olhando para IA generativa, e ficamos impressionados com o calibre de empresas e empreendedores que temos encontrado”, afirma Paul Drews, managing partner do braço Salesforce Ventures.

O executivo participou de uma conversa exclusiva com jornalistas durante o Dreamforce, evento promovido pela Salesforce em São Francisco, na Califórnia, entre os dias 12 e 14 de setembro. O evento teve as já tradicionais trilhas de conteúdo e muito networking, mas também contou com mascotes de pelúcia, show do Foo Fighters, cenário de floresta com áreas de descanso, fogueira de mentirinha e até cachoeira. Foram mais de 40 mil participantes que se reuniram para discutir a evolução da tecnologia e de que forma ela pode alavancar ainda mais os negócios.

O grande tema discutido, como dá pra imaginar, foi inteligência artificial, com a Salesforce promovendo o evento como a maior conferência de IA do mundo. Não à toa, ela aproveitou a magnitude da convenção (e bota magnitude nisso) para anunciar novidades em seu produto como o Einstein Copilot e o Copilot Studio.

Debates sobre segurança e confiabilidade das novas tecnologias lideraram quase todas as discussões, com o próprio CEO da Salesforce, Marc Benioff, atentando para o receio dos consumidores em relação à tecnologia e para a necessidade das organizações endereçarem esse problema – e o evento foi a oportunidade de ouro para a Salesforce se posicionar como um player que vem liderando esse movimento. Sempre batendo na tecla da segurança dos dados, a companhia não poupou esforços para falar sobre como ela vem desenvolvendo modelos de esquecimento de dados que não guardem informações sensíveis dos clientes e garantam o máximo de segurança da informação.

Panfletagem de lado, o que mais chamou atenção é que a preocupação parece não ficar restrita apenas ao desenvolvimento interno da gigante de CRM. De acordo com Drews, o movimento também influencia nas estratégias do Salesforce Ventures. “Passamos muito tempo com as potenciais investidas para entender qual é a visão delas para a empresa e termos certeza de que seus valores estão alinhados com os nossos. A confiança e segurança são extremamente importantes para que as organizações adotem as tecnologias, então é algo que levamos em consideração”, afirma.

IA no centro

“Passamos muito tempo trabalhando ativamente com startups do portfólio para ajudá-las a navegar no atual ambiente macroeconômico”, diz Drews, refletindo sobre o impacto das altas taxas de juros e ajustes no mercado de venture capital. “Temos uma estreita colaboração com as investidas para apoiá-las neste momento, compartilhando as melhores práticas que podem ser adotadas”, afirma.

Com mais de 400 investimentos ativos em 27 países, a Salesforce Ventures administra cerca de US$ 5 bilhões, trabalhando com empresas em todos os estágios, do seed ao pré-IPO. A Hugging Face, por exemplo, recebeu um cheque gordo de US$ 235 milhões em uma rodada série D feita com a própria Salesforce e outras gigantes como Google, Amazon e Nvidia. Já a Anthropic levantou US$ 450 milhões na sua série C, liderada por Spark Capital com participação de Google, Salesforce Ventures, Sound Ventures, Zoom Ventures, entre outros.

No portfólio, o Generative AI Fund reúne companhias de países como Estados Unidos e Canadá, mas ainda não possui um representante latino. Drews afirma que o fundo vem acompanhando a evolução do ecossistema como um todo, com potencial de investimento em outras regiões. “A inovação está acontecendo cada vez mais em todo o mundo. Embora não tenhamos feito nenhum investimento específico em IA na América Latina, estamos explorando ativamente a região para identificar oportunidades em IA generativa”, pontua.

Mas ao ser questionado sobre quanto dinheiro resta dos US$ 500 milhões alocados no Generative AI Fund, o executivo desconversa. “Aumentamos o tamanho do fundo há apenas alguns meses, e divulgamos publicamente 12 investimentos. O fundo de IA ainda está investindo ativamente”. Ele também não revela quantos aportes devem ser realizados nos próximos meses. “Não há um mandato estrito sobre isso. Procuramos parcerias com empreendedores incríveis e, à medida que nos deparamos com grandes empresas e surge uma oportunidade, investimos”, pontua.

“Construir um negócio é uma longa jornada e há altos e baixos. Queremos fazer parcerias com as empresas o mais cedo possível e depois apoiá-las ao longo da sua jornada”, diz Drews. O executivo descreve a Salesforce Ventures como “paciente” em relação ao capital, afirmando não ter um calendário fechado com prazos para exits ou algo do tipo. “Podemos apoiar as nossas empresas do estágio inicial aos mais avançados, e não há pressão para que busquem ativamente qualquer M&A ou IPO. Queremos ajudar estas empresas a maximizar o seu resultado final, e estamos muito animados”, finaliza.

*A jornalista viajou a convite da Salesforce

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