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Tornar o acesso à tecnologia educacional democrático, escalável e disponível ao setor público. Esse é o grande objetivo por trás do Ecossistema SQUARE, rede de edtechs criada para integrar startups do setor que tenham soluções com tecnologia de ponta e alto potencial de escala. Idealizada em 2020, a iniciativa tem hoje 11 startups que, juntas, impactam mais de 10 mil escolas, 250 mil professores e 4,5 milhões de alunos na educação pública e privada.

“Inovação é algo contínuo e que está sendo cada vez mais demandado pela educação pública e privada no Brasil. Percebemos que nos grandes grupos a inovação acaba ficando cara, lenta e, muitas vezes, desconectada das dores do cliente. Em uma startup, a inovação é ágil e está sempre focada em entregar o valor necessário para a outra ponta”, afirma Ricardo Schneider, cofundador da SQUARE.

Para criar o ecossistema, ele se juntou a outros cinco sócios – Jonas Gomes (ex-Bozano Investimentos/Crescera Capital e sócio fundador da Gama Capital), Richard Pluznik (sócio fundador da Gama Capital e CFO da Red House International School) e os ex-executivos da Somos Educação Alex Pinheiro, Luiz Nogara e Reinaldo Mello.

“Decidimos formar uma estrutura de inovação que permite que as startups resolvam problemas complexos e maiores, de forma mais eficiente e econômica – algo que talvez não conseguissem fazer atuando de forma isolada. Juntas, elas têm mais força e cobertura para facilitar sua entrada em determinados mercados, como o setor público”, pontua.

Na prática, a integração das diversas soluções educacionais permite que plataformas de aprendizado, conteúdo didático e outras ferramentas digitais interajam entre si de forma segura e automática. De acordo com a SQUARE, isso contribui para que o Brasil supere disparidades de acesso, ofereça uma educação mais personalizada e promova a colaboração mais ampla entre escolas, professores, alunos e famílias.

A atuação da rede se dá por duas grandes frentes – investimento e venture building. A atuação da rede se dá por duas grandes frentes – investimento e venture building. Como holding de investimentos em tecnologias para aprendizagem, a SQUARE já aportou mais de R$ 70 milhões em nove das 11 edtechs que fazem parte do seu portfólio: as brasileiras Layers (que captou R$ 11,2 milhões em 2022 com participação da SQUARE), Proesc, Motrix, Qstione, Flexge, Baya e Mobile Brain, a mexicana Lírica e a francesa Nolej.

Além delas, fazem parte do ecossistema a Systemic e Realms/IP.TV. “A SQUARE fomenta a ideia de que essas startups não precisam ser compradas para se tornarem grandes. Ao fazer parte do ecossistema, elas podem solucionar demandas importantes da sociedade em grande escala.

Edtechs-Ricardo Schneider, cofundador do Ecossistema SQUARE
Ricardo Schneider, cofundador do Ecossistema SQUARE (Foto: Divulgação)

Olhando para o futuro

O Ecossistema SQUARE conta com uma parceria com a gestora Gama Capital. “Temos por trás da SQUARE um fundo de private equity da Gama Capital, que até hoje já levantou R$ 70 milhões, e investimos boa parte disso, além de deixar uma reserva para a operação. Nosso foco são investimentos de longo prazo, de olho em edtechs muito inovadoras, mas no começo de suas jornadas e que podem gerar muito valor para o mercado”, diz Ricardo.

No entanto, novos aportes não estão no radar. “Fizemos as apostas que necessitavam de investimento financeiro. Hoje, pretendemos atrair novos players para o ecossistema sem investir. O objetivo é fomentar a sinergia entre as edtechs, reunindo empresas que querem fazer negócio de forma integrada, pois novos produtos e oportunidades são criadas a partir da integração entre as soluções”, explica.

Embora também atue no setor privado, o grande foco da SQUARE para os próximos anos é apoiar a educação pública do país. Sem revelar números específicos, Ricardo afirma que a missão da rede é transformar de forma profunda a educação pública brasileira nos próximos 10 anos. A previsão do Orçamento de 2024, aprovada pelo Congresso em dezembro de 2023, prevê um total de R$ 180,5 bilhões para a educação, com um aumento de 17,3% para o Fundo de Manutenção da Educação Básica, atingindo R$ 46,8 bilhões a serem distribuídos.

A rede busca startups de educação baseadas em evidências, ou seja, que tenham soluções de alta qualidade capazes de realmente entregar resultados. E mais: que sejam fundamentadas no conhecimento científico, em contraste com suposições ou intuições.

“É ótimo ter soluções especializadas em cada segmento de mercado, mas isso não pode gerar uma fragmentação. Tudo tem que chegar na outra ponta de forma integrada, pois assim é possível entregar uma experiência de uso unificada para o consumidor. A ideia é distribuir a inovação entre várias empresas menores e especializadas em seus respectivos setores, para que a inovação se mantenha ágil e conectada a dores reais, com custo menor e mais distribuído, e fomentar para que todas elas se integrem profundamente”, finaliza Ricardo.

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