A Proesc, edtech amapaense que desenvolve soluções SaaS de gestão para instituições físicas e híbridas de ensino, acabou de levantar R$ 8 milhões em rodada liderada pela Square Knowledge Ventures. Com o aporte, o plano da edtech é expandir sua presença no mercado nacional de sistemas inteligentes para gestão escolar, assim como crescer em mercados fora do país.
A rodada pré-seed é o primeiro aporte recebido pela startup sediada em Macapá – mas que tem um escritório em São Paulo. Até então, a companhia fundada em 2008 operava no bootstrapping. Com seis meses de vida, a Proesc recebeu R$ 120 mil a fundo perdido do programa Prime Finep, o que, segundo o CEO Felipe Ferreira, ajudou muito a dar os primeiros passos.
Com mais de 1,5 mil escolas públicas e privadas atendidas com suas soluções, a startup quer superar 3 mil escolas clientes e buscar a liderança do mercado concorrendo com empresas como Galileu, Gennera e Sponte. Atualmente, os softwares da Proesc estão presentes em cinco países – Brasil, Angola, Moçambique, Portugal e Senegal – e no mercado brasileiro já figura entre os cinco softwares de gestão escolar do país.
A startup oferece ferramentas que garantem integração, segurança e otimização nos processos diários de escolas. Entre as suas soluções, está o Proesc Pay, aplicativo focado na automação da gestão financeira das escolas, que garante a redução de até 80% da inadimplência escolar e uma maior eficiência operacional, bem como aumento do lucro da escola.
Segundo Felipe, a expansão da empresa virá com o fortalecimento de quatro novas unidades de negócio que serão canais de crescimento dentro da nova estratégia. Com esta aposta, a meta de companhia é fechar o ano com um crescimento de 70% em faturamento.
“Além do aprimoramento tecnológico e novos produtos, devemos fazer algumas contratações estratégicas para impulsionar as novas unidades de negócios e reforçar o time, que hoje já conta com 75 colaboradores”, disse o CEO ao Startups.
Jornada desafiadora
Em 14 anos no mercado, a Proesc passou por muitos desafios em diferentes etapas de crescimento, principalmente pelo fato de ser uma startup do Norte. “Como o projeto nasceu no Amapá, houve o desafio de superar a desconfiança e até um certo preconceito, pois as maiores soluções concorrentes estavam localizadas na região Sudeste”, conta Felipe.
Ademais, quando criada a empresa em 2008, a região Norte ainda passava por muitos problemas de conectividade e acesso a internet, o que fez com que a equipe da startup tivesse que instalar a rede local e de internet de alguns clientes para que eles utilizassem todo o potencial de sua solução.
“Os últimos desafios foram relacionados à rápida adaptação que fizemos na empresa e no produto para lidar com os impactos causados pela pandemia no setor educacional. Conseguimos agir rápido, e em abril de 2020 lançamos um pacote de soluções online para ajudar as escolas na continuidade das atividades pedagógicas e de gestão acadêmica, financeira e administrativa”, acrescenta Felipe.
Superados os obstáculos, o crescimento escalável da Proesc tem rendido bons frutos. Ainda de acordo com o CEO, o faturamento estimado para 2023 é de R$ 13 milhões, quase o dobro do obtido em 2022. Para este ano, a empresa também espera transacionar aproximadamente R$ 5 bilhões das receitas das instituições de ensino clientes.