Executivos da IBM, Vtex Brasil, AWS Brasil e Experience Club reunidos durante o painel 'Techs em Foco: O futuro da tecnologia e dos negócios', realizado durante a primeira edição do Zoox Data Revolution
Executivos da IBM, Vtex Brasil, AWS Brasil e Experience Club reunidos durante o painel 'Techs em Foco: O futuro da tecnologia e dos negócios', realizado durante a primeira edição do Zoox Data Revolution (Imagem: Startups/Giulia Frazão)

A evolução da inteligência artificial tem avançado em um ritmo quase difícil de acompanhar e isso não deve desacelerar tão cedo. Para Marcelo Braga, CEO da IBM, a velocidade das transformações tecnológicas é tão certa quanto os ciclos da própria vida. “A gente tem duas certezas na vida: um dia vamos deixar esse plano e vai sair a IA mais moderna essa semana”, disse durante sua participação na primeira edição do Zoox Data Revolution, realizado nesta terça-feira (18), em São Paulo.

O comentário do executivo aconteceu durante o painel ‘Techs em Foco: O futuro da tecnologia e dos negócios’, que reuniu alguns dos principais nomes do ecossistema de tecnologia no país: Rafaela Rezende, presidente da Vtex; Marcelo Braga, CEO da IBM; Cleber Morais, diretor-geral da AWS Brasil; com mediação de Ricardo Natale, CEO da Experience Club.

Para fazer um resgate dos 108 anos no Brasil, o CEO da IBM lembrou que a empresa já atravessou inúmeras eras tecnológicas — e só continuou relevante porque nunca deixou de se reinventar. Ele citou a jornada que vai de fatiadores de frios e máquinas de tabular a relógios de ponto, máquinas de escrever, mainframes, PCs, e-commerce, computação em nuvem e, agora, inteligência artificial, com a era quântica na mira. “Esse é o 100 anos em uma frase”, afirmou.

Ao avançar na discussão sobre o papel da inteligência artificial, Marcelo destacou que a sociedade vive um dilema inédito: pela primeira vez, não é apenas o usuário que aprende a operar uma tecnologia, é a tecnologia que aprende a ouvir o usuário para fazer alguma coisa — e essa inversão muda tudo. “Qualquer um que tem um celular, que tem um WhatsApp, está usando uma IA ou pode usar uma IA”, ressaltou.

Mas, ainda de acordo com o profissional, essa expansão traz novas responsabilidades. No ambiente corporativo, a questão deixa de ser apenas usar IA e passa a ser como treiná-la, quais limites estabelecer e quais cuidados adotar para garantir que ela responda de forma adequada. É nesse ponto que entram discussões essenciais sobre guardrails, propósito do modelo, qualidade dos dados e risco operacional.

IA nova da semana não é a única certeza da IBM

Mas, se por um lado a IBM defende responsabilidade no uso da IA, por outro, a própria corrida por eficiência impulsionada por essa tecnologia já começa a cobrar seu preço dentro da companhia. Isso porque, no começo do mês, no dia 4 de novembro, a empresa anunciou que pretende demitir milhares de funcionários em escala global enquanto redireciona seu foco para áreas de maior crescimento em consultoria e software de inteligência artificial.

Segundo a própria empresa, a medida deve afetar uma “porcentagem baixa de um dígito” de sua força de trabalho global — que somava 270 mil colaboradores no fim do ano passado — e se alinha a um movimento de demissões já observado em gigantes como Amazon, Meta e Google.