Igor Mascarenhas, CEO e cofundador da Pier
Igor Mascarenhas, CEO e cofundador da Pier (Imagem: Startups/Giulia Frazão)

Empreender é um processo frequentemente idealizado e, não raro, vendido como alternativa para quem busca uma vida mais livre e próspera. Mas o caminho real é bem menos glamuroso do que parece. Na Conferência Anual de Startups e Empreendedorismo (Case) 2025, realizada nesta sexta-feira (28) pela Abstartups, Igor Mascarenhas, CEO e cofundador da Pier Seguradora, falou sobre os bastidores de construir um negócio, ressaltando que, por trás de cada avanço, existe uma incrível capacidade de seguir em frente.

O executivo contou sobre sua experiência no painel “A história da Pier“, onde reforçou que não existem trajetórias fáceis no ecossistema de inovação. “Eu só conheço dois tipos de histórias: as muito difíceis e as que eu ainda não conheço. Resiliência é a única competência presente em 100% dos empreendedores de sucesso que eu conheci. Eu nunca conheci um único empreendedor que não fosse resiliente”, disse.

Ainda mantendo a conversa sobre os bastidores de construir um negócio do zero, Igor também abriu espaço para relembrar o que chamou de “fase visceral” da Pier, período em que a startup chegou a alcançar seus primeiros R$ 5 milhões em faturamento (2019), que viriam a se tornar R$ 10 milhões posteriormente (2020).

O CEO da Pier descreveu uma rotina intensa, vivida por apenas três pessoas responsáveis por todos os processos da futura seguradora, trabalhando 12 a 14 horas por dia, fins de semana incluídos, em um modelo que ele definiu como “full life, não full time“.

Ainda segundo ele, essa foi a etapa marcada por noites sem dormir, negativas de dezenas de fundos de investimento e de 47 seguradoras, além de entraves regulatórios. “Ninguém acreditava no que a gente queria construir, mas a gente não desistiu”, ressaltou.

Em tom otimista, Igor destacou que essa mistura de persistência e propósito — o desejo de mudar a forma como os brasileiros se relacionam com seguros — foi o que permitiu que a companhia superasse barreiras técnicas, legais e emocionais, consolidando a base que sustentaria seu crescimento nos anos seguintes.

O profissional também reforçou a importância de clareza estratégica desde os primeiros passos de uma startup. Ao citar o conceito “where to play and how to win” (“onde jogar e como vencer”, em tradução literal), ele explicou que todo empreendedor precisa definir, antes de tudo, qual é sua ambição — ou seja, a inspiração que guia sua jornada.

“Eu acho que é muito importante para o empreendedor pensar nessas coisas. Aí você vai definir, onde eu vou jogar? Como que eu vou ganhar? Qual é a minha estratégia para ganhar? Quais são as capacidades que eu preciso ter e que sistemas eu vou criar?”, exemplificou.