À medida que o tal “inverno do venture capital” começa a ser visto como algo do passado, a expectativa é que os investimentos voltem a acontecer no ecossistema brasileiro – a bem da verdade, dados apontam que já estão voltando. Com isso, recomeça a relação de amor e ódio entre founders e investidores – e também as grandes empresas. É o momento ideal para uma nova edição do Pitch Reverso, em que o Startups inverte a lógica e coloca investidores para apresentar suas teses e formas de atuação para as startups e seus founders.
Em um encontro feito no WeWork Garage by Raketo, em São Paulo, no dia 15 de maio, os nomes da vez foram KPTL, Raketo, Ifood, 4equity, ABseed e GV Angels.
Um dos destaques desta nova edição foi a participação também de negócios que não são exatamente do venture capital tradicional, algo que já tinha sido ensaiado em edições anteriores com o convite de veículos de Corporate Venture Capital. Entretanto, para este Pitch Reverso, a 4Equity, especializada em Media for equity, e o iFood, que falou sobre suas iniciativas de inovação aberta junto ao ecossistema.
Para explicar sua tese de inovação, o iFood fez uma analogia a um transatlântico e um jet ski. Se hoje o iFood é um gigante – ou no caso, um transatlântico – os novos projetos da empresa são os jet skis, que são “colocados na água” e desenvolvidos conforme o seu desempenho.
Segundo Crystian Montandon, especialista em inovação, novos negócios e capital de risco corporativo do iFood, foi assim que inovações como a iFood Benefícios se tornaram divisões de negócios significativas dentro da marca, mostrando como o negócio se vale de uma metodologia semelhante a cocriação com startups para tocar potenciais novas fontes de receita.
“Também o iFood Mercado, que nasceu no teste de garagem e hoje, com o crescimento, a gente faz a transição, a gente não desloca o projeto, a gente desloca o time e assim a gente consegue ter a agilidade do jet ski acoplar dentro do transatlântico e continua a fazer o crescimento da operação ali”, explica.
Pra quem funciona o Media For Equity?
É uma pergunta simples, para a qual Felipe Hatab, fundador e CEO da 4Equity, fundo especializado neste tipo de investimento, tentou responder logo de cara. “Tem 30 empresas no Brasil que consolidadas gastam 70% desses 50 bilhões de reais em marketing. Não tem capital financeiro para uma startup como começar a competir ali dentro”, diz.
Com isso, a 4Equity tem se destacado ao colocar startups em estágio série A, em fase de escalada e aquisição de clientes, frente a frente com grupos e players de mídia, que investem, em vez de dinheiro, capital na forma de publicidade. De um ano para cá, a companhia já levantou mais de R$ 230 milhões em negócios de mídia para startups como QuintoAndar, Shopper e outras.
“A CNN é o nosso investidor, a Rafa Kalimann é a nossa investidora, o Whindersson Nunes é o nosso investidor, startups.com.br são nossos investidores. Mídia por equity é um meio de pagamento. O founder pode não ter capital financeiro o suficiente para pagar com caixa, mas pode pagar com participação social da empresa”, afirma.
R$ 1M em 40 minutos
Quem também fez um pitch de uma forma menos convencional de investir em startups foi a Raketo, fundada pelo de ex-head de startups da AWS e cofundador da fintech Zigpay, Fred Santoro, e que recentemente lançou uma nova plataforma de investimentos via tokenização de ativos, aprovada pela CVM.
Segundo Fred, essa tecnologia de captação de recursos foi o que permitiu a companhia fazer uma captação de R$ 1 milhão para um novo negócio do empresário Facundo Guerra, em menos de 40 minutos. “Qualquer outra plataforma nesse setor de crowdfunding, e que são mais de 70 no Brasil, leva semanas para fazer isso”, dispara.
Para conferir a mais nova edição do Pitch Reverso e ver todos os pitches das seis empresas participantes, é só dar o play no vídeo abaixo.