Negócios

Como está a Loft depois das demissões?

Segundo o VP de Relações Institucionais Jardel Cardoso, “não há crise”, mas também não há planos de expansão

Logo da Loft em um gramado - Startups

A Loft marcou presença no South Summit Brazil, em Porto Alegre, onde falou de seus movimentos no mercado gaúcho, por meio das aquisições da Foxter e parceria com a imobiliária local Auxiliadora Predial para a oferta de imóveis na capital gaúcha. Contudo, a curiosidade de alguns – inclusive de nós aqui do Startups – era outra: a questão era saber como está atualmente a proptech, depois de causar ondas no mercado mês passado ao demitir cerca de 159 funcionários.

Em conversa exclusiva com o Startups, o VP de Relações Institucionais da Loft e CEO da CredPago, Jardel Cardoso, assegurou que tudo está normal na startup, e o burburinho do mês passado foi uma “infeliz coincidência”. A parte da coincidência se refere aos cortes saírem quase ao mesmo tempo em que outra proptech em alta, a QuintoAndar, promoveu demissões em seu quadro.

“No nosso caso, as demissões ocorreram em sua maioria na vertical de crédito imobiliário, depois da aquisição da CrediHome no ano passado”, explicou o executivo. Segundo ele, o que acabou ocorrendo foi uma finalização deste processo de fusão, com algumas sinergias de cargos que terminaram em rescisões. Disso tudo, nasceu a marca CrediHome by Loft.

“Houve uma coincidência de outras proptechs realizarem cortes na época, daí teve gente que achou que isso é um movimento de mercado, ou crise. Eu posso falar pela Loft: não tem crise”, afirmou o VP, inclusive sinalizando que a startup está contratando, e alguns dos profissionais afetados pela reorganização foram alocados em outras empresas do grupo como CredPago e Vista.

Quando perguntado se as notícias de demissão teriam afetado a avaliação da Loft em novas captações – inclusive, a unicórnio vem há tempos sendo cotada como forte candidata a um IPO – Jardel foi direto. “Nosso valuation segue o mesmo, pautado pela última rodada que fizemos”, apontou.

Em março e abril do ano passado, a proptech levantou um total US$ 525 milhões em uma série D, aumentando seu valor para US$ 2,9 bilhões. Uma rodada nesta dimensão é praticamente uma “antessala” para um IPO, mas Jardel afirma que a empresa não está com pressa.

“O IPO é o caminho natural para toda empresa em crescimento, mas não estamos trabalhando com uma visão de curto prazo para isso no momento”, afirmou.

Expansão em stand by?

Em abril, a Loft anunciou a chegada de seu marketplace de imóveis em Porto Alegre, através de uma parceria com a Auxiliadora Predial, uma das imobiliárias mais tradicionais da cidade. A capital gaúcha já estava nos planos da startup desde o ano passado, se juntando a São Paulo e Rio na área de cobertura da empresa.

Contudo, segundo o executivo, em 2022 o plano da empresa é ficar apenas nestas praças, dando indícios de que a empresa está segurando o pé para acelerar sua expansão para outros estados.

“Vamos ficar nestas grandes cidades, porém queremos ir avançando para as regiões adjacentes a estes municípios, (como as) cidades periféricas”, frisou.

Contudo, ao falar das outras frentes do grupo, como as há pouco tempo adquiridas CredPago e CrediHome, além da Vista Software e 123i, ele garantiu que a expansão destes produtos é constante, e hoje já chega a mais de 700 cidades no território nacional.