South Summit 2025

"IA não é mais nicho. IA é core", dizem Oracle e Nvidia

Em evento promovido pelo Startups, executivos das big techs debateram oportunidades e desafios para inovar com IA nas empresas

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Guilherme Cavalcanti (Oracle) e Jomar Silva (Nvidia), em conversa com o jornalista do Startups, Leandro Souza | Foto: Startups
Guilherme Cavalcanti (Oracle) e Jomar Silva (Nvidia), em conversa com o jornalista do Startups, Leandro Souza | Foto: Startups

Inteligência artificial não é exatamente um assunto novo. Temas como computação cognitiva, machine learning e outros já era conhecidos nos negócios há no mínimo uma década, mas para muitas empresas pareciam inacessíveis, já que exigiam grandes investimentos em equipamento e talento para serem desenvolvidos. Entretanto, com os avanços recentes no campo da IA, as coisas estão mudando e, segundo representantes da Oracle e da Nvidia, a mudança será muito mais rápida do que se imagina.

“Na prática, o que temos visto nas startups, é que IA não é mais nicho. Inteligência artificial é core para muita coisa. É interessante ver como as empresas dominam rápido a tecnologia e como, quando conhecem muito do problema do mundo real, conseguem encaixar a inteligência artificial e fazer algo extremamente valioso, não complexo, que entrega valor rápido para as pessoas”, pontua Guilherme Cavalcanti, diretor de high tech da Oracle Brasil.

A fala se deu durante o evento Code.ai & Coffee, realizado pelo Startups em parceria com a Oracle e Nvidia, durante a semana do South Summit Brazil em Porto Alegre. Na ocasião, o Gerente de Relacionamento com Desenvolvedores para a América Latina na Nvidia, Jomar Silva, também deu o seu ponto de vista – segundo ele, rapidamente a IA “deixou de ser ciência de foguete”.

“10 anos atrás, para trabalhar com CUDA (linguagem de processamento para GPUs), com aceleração, você realmente precisava conhecer processamento paralelo, distribuído, etc. Hoje, a abstração está lá em cima. Então, basicamente, qualquer pessoa que programe em Python hoje consegue tirar o suco de uma GPU muito fácil”, afirma Jomar.

Para o executivo da Oracle, esse ritmo de evolução no desenvolvimento de IA nas startups será exponencial. “O ângulo da curva de adoção era muito menor. Hoje um desenvolvedor pode acessar uma (GPU) Hopper, tem opção para a Blackwell, com 60 vezes a capacidade, em breve já poderá acessar uma Rubin com 900 vezes a capacidade. Esse salto será possível em pouco tempo”, explica Guilherme.

Vai ser muito rápido. Muito rápido, porque a performance e o preço, eles vão cair e subir na mesma proporção e todo mundo vai ter muito mais acesso”, completa Jomar.

Mas por onde começar?

Então, se a IA vai para o core dos negócios, por onde se começa? “Eu costumo dizer que você consegue aplicar IA a tudo o que um ser humano experiente faria. Normalmente, se aplica IA a problemas muito complexos”, responde prontamente o executivo da Nvidia.

Para Jomar, o que se vê são empresas empregando IA para resolver problemas já conhecidos, na busca de aumento de eficiência e redução de custos, mas não será daí que sairão as verdadeiras soluções disruptivas do mercado. “A inovação vem quando se utiliza uma tecnologia nova para fazer algo que não era possível fazer, as coisas que eu nunca encarei para resolver”, afirma Jomar.

Na visão de Guilherme, um dos principais setores que podem ganhar com as inovações em IA é o de saúde. De olho nessa vertical, inclusive, a companhia chegou a lançar no ano passado a o Oracle Analytics Intelligence for Life Sciences. Trata-se de uma plataforma de dados e análises em escala de nuvem, baseada em inteligência artificial, que simplifica e ajuda a acelerar a geração de insights ao unificar dados diferentes em um único fluxo de trabalho.

“Tem muita coisa acontecendo na parte da pesquisa, nas startups e indústrias, e a IA pode ser o ponto que conecta tudo isso. Podemos colocar na prática algumas coisas que a gente já conhece, mas, obviamente, elevar o nível disso”, finaliza.