SVWC

CVC: O que sua empresa precisa saber antes de começar a investir em startups

Sandro Valeri, fundador da Slat Ventures, compartilha dicas e recomendações para se estruturar um programa de corporate venture capital

Sandro Valeri, fundador da gestora de Slat Ventures, especializada em CVC
Foto: Startups

Na hora de investir em startups, a corporação usa sua expertise do universo de corporate, mas precisa aprender o que é do universo do venture capital. “Tem que preparar uma equipe experiente com inovação, não usar a área de M&A. Fazer benchmarking, entender o mercado e pensar quais tipos de investimento deseja fazer, e por qual motivo”, diz Sandro Valeri, fundador da gestora de corporate venture capital Slat Ventures, durante painel no SVWC, evento de inovação e negócios promovido pela StartSe na última quarta-feira (2).

O executivo ressalta a importância das corporações estruturarem um veículo de CVC desde o início, e não começar investindo diretamente no balanço, pois o Fundo de Investimento em Participações (FIP) oferece maior segurança jurídica sobre os investimentos. “Quem conseguiu sobreviver às crises deste ano foram as empresas que tinham veículos estruturados, pois isso faz com que ela se comprometa com o capital que está alocando”, pontua.

Para empresas pequenas que não têm recursos suficientes para estruturar um grande fundo, Sandro recomenda entrar em um fundo multi-corporate, no qual várias empresas atuam como cotista e investem determinada quantia de dinheiro para capitalizar o veículo de investimento.

“Grandes corporações conseguem fazer um fundo de R$ 100 milhões. Já as empresas pequenas podem alocar R$ 1 milhão em um fundo multi-corporate que totaliza R$ 100 milhões”, explica. “O fundo multi-corporate dá acesso a uma série de startups e tecnologias. É uma forma de começar a investir com baixo risco, aprendendo com outras corporações que também estão investindo para, depois, criar uma estrutura própria.”

Segundo Sandro, atualmente há 83 veículos de corporate venture capital ativos no Brasil. Do total, 49 estão na fase inicial e 30% das empresas não avançam para os estágios seguintes. “Há um desafio grande das empresas em aceitarem que o CVC é um investimento de participações minoritárias e de longo prazo. Não dá para desistir tão cedo. É diferente de fazer uma prova de conceito, um programa de aceleração”, afirma.