
A Clara, fintech internacional de soluções para despesas corporativas, aproveitou o Web Summit Rio para anunciar a sua mais nova rodada. Em coletiva durante o evento, a empresa divulgou a captação de mais US$ 80 milhões para acelerar sua expansão na América Latina.
Conforme destacou o CEO Gerry Giacoman Colyer em coletiva durante o evento, o aporte vem em duas partes de US$ 40 milhões. A primeira dela é uma extensão de sua última rodada de equity, com a participação de diversos investidores, incluindo Acrew Capital, Alter Global, Citi Ventures, Citius, Coatue, Commerce Ventures, DST Global, Endeavor Catalyst, Evolution Ventures, Gaingels, Kaszek Ventures, Monashees, Moore Strategic Ventures, Notable Capital e Picus Capital.
Já a outra parte vem do bolso da General Catalyst, um dos primeiros investidores da fintech (em 2021, o fundo alocou US$ 3,5 milhões na fintech). Contudo, desta vez o fundo norte-americano disponibilizou US$ 40 milhões do seu Customer Value Fund, um novo tipo de financiamento que a gestora está disponibilizando para investidas, com foco em growth.
“Não é equity, e também não envolve uma contrapartida como uma dívida, está mais para um capital de giro, por assim dizer. É um tipo novo de operação que estamos fazendo, e que está atrelado às nossas metas de crescimento, sendo pago a partir de uma porcentagem em cima de nossa receita futura”, explicou Gerry.
Segundo Roberta Savattero, CMO global da Clara, esse capital da General Catalyst será o combustível para impulsionar a estratégia da companhia junto a clientes de nível enterprise. Especificamente no Brasil, a Clara já conta com clientes grandes conhecidos como Magalu, banco BV, e Burger King, e a meta é aumentar a fatia do bolo.
“A maior parte dos nossos clientes ainda está no midmarket, e para crescer no segmento enterprise, vamos investir em time, pois é um tipo de venda mais consultiva. Então vamos redobrar os esforços nessa direção”, explica a CMO. Atualmente, a companhia possui cerca de 20 mil clientes, com México, Colômbia e Brasil puxando a frente.
Apesar de não abrir números de faturamento, Gerry destacou que a empresa está próxima da lucratividade – ano passado a companhia comemorou o seu breakeven no Brasil. “É onde fica nossa sede e é o mercado onde mais crescemos. A nossa operação Mexicana também deve alcançar o breakeven em breve”, completa o executivo.
Equity em tecnologia
Enquanto o dinheiro da General Catalyst tem o foco centrado em crescimento, o aporte de US$ 40 milhões em equity vai para a tendência do momento: inteligência artificial. Nos últimos meses, a companhia tem anunciado novas features baseadas em IA para simplificar operações nos times financeiros, e o plano é continuar esse plano a curto e médio prazo.
Além disso, a companhia também quer intensificar a sua estratégia em torno de soluções verticais de pagamento, como VCNs — números de cartões virtuais altamente configuráveis — voltados para o setor de viagens, e cartões de combustível para empresas com foco em logística.
“Temos um plano estratégico com financiamento já assegurado, e este novo aporte, com o apoio dos nossos parceiros, nos permite acelerar ainda mais o crescimento. Estamos investindo fortemente em IA internamente e temos vagas abertas nas áreas de vendas e engenharia”, destacou Gerry.