A Claro está indo além do segmento de telecomunicações e quer começar a usar os dados dos clientes disponíveis em suas bases para desenvolver novas soluções. A empresa lançou nesta terça-feira (16) no Web Summit Rio uma plataforma de Open Gateway, estrutura comum entre diversas operadoras, que transforma as redes de telecomunicações em plataformas padronizadas e abertas a desenvolvedores. Em parceria com a Embratel, a Claro também lançou o programa Conexão Claro Open Gateway for Startups, que vai permitir que as startups utilizem a ferramenta de graça.
Ao aderirem ao programa, essas empresas terão direito a 1 mil acessos mensais para cada API, por um período de seis meses. A padronização permite a criação de aplicações e serviços que conversem entre si e sejam compatíveis com todos os dispositivos, alcançando qualquer cliente, independentemente da operadora à qual esteja vinculado. Desta forma, é garantida a integração perfeita com as redes móveis disponíveis no Brasil, assim como com diversas outras em todo o mundo.
A ideia é que as startups tenham acesso a uma espécie de “degustação” desses APIs com o intuito de trazer o mercado de startups para dentro desse sistema. A inscrição para participar do programa deve ser feita por meio do site do Conexão Claro Open Gateway.
Neste primeiro momento, a Claro oferece três APIs antifraude. A primeira é a SIM SWAP, que permite identificar em tempo real se um celular teve uma troca de chip, quando o banco percebe, por exemplo, que houve uma transação que está fora do padrão do usuário. A segunda API é o Device Location, em fase de finalização, com lançamento previsto para maio, que permite identificar falsificações no GPS do celular. E a terceira, a Number Verification, permite que se veja quando fraudador baixa o app e tenta controlar o sistema de segurança do banco, a instituição financeira faça uma verificação silenciosa, que não será percebida pelo fraudador.
“Nosso país tem um número alto de fraudes, principalmente no mercado financeiro, e essas três APIs já estão sendo usadas em larga escala. Nossa intenção é expandir para todo o ecossistema. Com o Open Gateway, o mercado consegue fazer o desenvolvimento de produtos e serviços de forma muito mais assertiva, personalizada e com mais segurança”, aponta Raquel Possamai, diretora executiva da Embratel para Mercado Financeiro.
Ageu Dantas, head de Data Analytics da Claro, destacou que o objetivo, ao oferecer a ferramenta para as startups, é que as fintechs e “outras techs” descubram utilidades que a companhia não percebe. “E a gente quer saber para poder colaborar e ajudar a desenvolver e explorar todos os potenciais que existem, seguindo o manual de Open Innovation”, afirma.
Além das APIs de fraude, também estão no roadmap da Claro outras plataformas, como APIs de pagamentos via operadora e de melhoras de conexão. Rodrigo Duclos, Chief Digital Officer da Claro, afirma que apesar de esse não ser o core business da empresa, a ideia é que a comercialização dessas plataformas também represente uma nova fonte de receitas para a Claro. “É um serviço remunerado, é uma forma de remunerar todo o investimento que nós fazemos na nossa rede, mas são receitas marginais para o tamanho do negócio como um todo”, diz.