Jorge Viana, presidente da ApexBrasil, e Décio Lima, presidente do Sebrae, em evento na sede da ApexBrasil em Lisboa | Foto: Startups
Jorge Viana, presidente da ApexBrasil, e Décio Lima, presidente do Sebrae, em evento na sede da ApexBrasil em Lisboa | Foto: Startups

Em um prédio histórico no centro de Lisboa, próximo da tradicional Avenida da Liberdade, o Governo Brasileiro resolveu ficar sua bandeira para abrir oportunidades econômicas em Portugal e no restante da Europa. Parte dessa iniciativa é o de levar e acelerar startups, a partir de um programa de incubação na capital lusitana.

Em evento durante o Web Summit Lisboa, a ApexBrasil e o Sebrae anunciaram dez startups que passarão por uma incubação de nove meses no mercado português. Elas ocuparão um dos andares do prédio (os outros andares serão ocupados pela Embratur e Fiocruz), utilizando a estrutura como coworking e como endereço comercial de suas operações na Europa.

As dez startups escolhidas foram as biotechs Aiper e Biolinker, a martech Beeviral, a 593ican (de impressão 3D), a agtech Hope, a deeptech SST, a traveltech Just Travel, a healthtech SleepUp, a Wood Chat e a fintech PixNow.

A lista final foi feita com base nas 112 startups brasileiras selecionadas para expor no Web Summit 2025. A partir disso, em um projeto tocado com a aceleradora Plug And Play, uma shortlist com 30 negócios foi definida, que passou por um miniprograma de aceleração, com os profissionais da Plug and Play analisando decks e treinando fundadores para os pitches no salão do Web Summit. Depois disso, em análise com a ApexBrasil e Sebrae, foi definida a lista final com as 10 a serem incubadas.

Segundo o presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, o plano é renovar as turmas de incubação todo ano, já que o programa prevê a estadia das startups por um período de nove meses. De acordo com o executivo, a expectativa é que as startups já estejam instaladas e operando em território português a partir de janeiro.

Durante os meses de incubação, tanto a Apex quanto o Sebrae darão apoio na busca de oportunidades, de acordo com o plano de internacionalização definido por cada startup. “Estas startups que se instalarão aqui, selecionamos porque vemos nela uma grande oportunidade de terem sucesso e andarem com as próprias pernas em pouco tempo”, avalia Jorge, em conversa com o Startups.

Além disso, para o presidente do Sebrae, Décio Lima, o programa serve de base para que fundadores consigam romper barreiras internacionais ainda em seus estágios iniciais e já pensem no potencial global de suas soluções desde cedo. “Vivemos em um mercado onde as big techs exercem dominância de forma voraz. Estamos criando mecanismos para ajudar estes pequenos negócios inovadores a atuarem de forma competitiva em âmbito global”, pontua.

Organizando a internacionalização

De acordo com o CEO da Beeviral, Marcelo Pereira, internacionalização estava nos planos na martech, mas a seleção no edital da ApexBrasil e Sebrae acabou acelerando estes planos. “Sabemos que nossa solução de member get member tinha potencial em mercados como o europeu. Inclusive, temos clientes de nível global dispostos a utilizar nosso produto assim que fizéssemos nossa internacionalização. Agora temos a base para fazer isso”, avalia.

Para Victor Cunha, CEO da fintech PixNow, que integra sistemas bancários de diferentes países ao sistema do Pix, Portugal será a porta de entrada da companhia no mercado europeu. No mercado há poucos meses, a empresa atende 11 países na América Latina, movimentando “alguns milhões” de dólares, conforme explica o executivo.

“Com a entrada na Europa e acelerando na América Latina, esperamos chegar ao fim de 2026 com um TPV próximo de meio bilhão de dólares”, projeta o executivo.

*O jornalista viajou a Lisboa a convite da ApexBrasil