*De Lisboa, a convite do Web Summit
As margens do Rio Tejo, de onde saíram as caravelas que descobriram continentes e rotas na época das grandes navegações, serão o palco de novas descobertas ao longo desta semana. De hoje até sexta-feira (4) acontece na cidade de Lisboa o Web Summit, um dos mais badalados eventos de inovação e tecnologia do planeta.
Com ingressos esgotados há algumas semanas, o evento vai receber mais de 70 mil pessoas de todo o mundo para assistir mais de mil palestrantes divididos em 25 palcos. As apresentações e conversas são rápidas – entre 20 e 30 minutos, em sua maioria – e acontecem de forma simultânea – podendo ter até 20 coisas acontecendo em um mesmo horário em lugares diferentes.
A lista de temas abordados é extensa e inclui todas as tendências e hypes da atualidade. Inteligência artificial, inovação aberta, Web3, cripto, blockchain, economia criativa, fintechs e venture capital são alguns dos temas. Um assunto não-tecnológico que chamará a atenção é a realização do Web Summit no Rio em 2023. Programada para 1º a 4 de maio.
Pano de fundo
A edição deste ano do Web Summit acontece sob um ambiente de grande expectativa não apenas pelos temas a serem debatidos e pela ânsia das pessoas de se reencontrarem e trocar ideias, mas também por ser a 1ª edição “normal” desde o início da pandemia.
Em 2020, o evento teve que ser convertido para o mundo virtual às pressas por conta das medidas de isolamento. Ano passado, o Web Summit voltou a ser presencial, mas com capacidade reduzida.
Alguns destaques
Hoje à noite, durante a cerimônia de abertura da edição deste ano, o cofundador e presidente da Binance, Changpeng Zhao, estará presente.
Amanhã, o vice-primeiro-ministro e ministro de transformação digital da Ucrânia, Mykhailo Fedorov, vai falar sobre como o país pretende usar a tecnologia para consertar os danos causados pela guerra. Mark MacGann, ex-lobista do Uber, que denunciou as práticas nada ortodoxas adotadas pela companhia para conseguir apoio dos governos europeus, também contará suas motivações. Na sexta à tarde, perto do fim do evento, o linguista Noam Chomsky vai falar sobre os mitos e perigos de se colocar a inteligência artificial como uma ferramenta que vai salvar o mundo.
“É muito conteúdo fresquinho versando sobre empreendedorismo, inovação e tendências”, diz Anderson Diehl, fundador do Angel Investor Club. Essa é a 3ª vez que ele participa do evento, sendo a 1ª como expositor.
Segundo Anderson, o objetivo da participação é ver as inovações que startups estão fazendo ao redor do mundo. E opção é o que não falta. Segundo a organização, são 2,3 mil expondo suas criações este ano, e mais de mil investidores presentes. De São Paulo, são 21 companhias, incluindo Apepê, Yapoli, Powpay, Kakau, Fotop e Maestro.
Presença brasileira no Web Summit
A presença de Anderson e do Angel Investor Club no Web Summit não é um caso isolado. Pelo contrário. A presença de brasileiros no evento é enorme.
StartSe, Cubo, Sebrae e Apex são algumas das organizações que montaram missões para vir a Portugal. A Apex, aliás, tem um estande de 225 metros quadrados batizado de Brasil Inovador. Nele estarão expostas algumas startups e também vão acontecer conversas como um papo com as gestoras Futurum Capital e Harpia Capital e Fabiana Fagundes, do escritório FM/Derraik, sobre VCs com presença global.
Amanhã, a KPMG vai fazer a final do Global Tech Innovator, um prêmio global para startups. A healthtech brasileira Techtrials vai disputar com outras 21 empresas para manter o título no Brasil. Ano passado, a agtech Krilltech foi a grande vencedora.
“Estou muito curioso pra saber o que há de inovação na área de saúde, que tem recebido muitos investimentos, e também as expectativas com relação ao mundo do venture capital em 2023. Além de ver as inovações que devem surgir por aqui também”, diz Diogo Garcia, sócio-diretor do programa Emerging Giants da KPMG.
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