Financiamento

Mombak recebe R$ 160M do BNDES para reflorestamento no Pará

Fundada por Peter Fernandez, ex-CEO da 99, e Gabriel Haddad, ex-CFO do Nubank, a Mombak também tem contratos com Microsoft e Banco Mundial

Mombak e BNDES. Foto: Divulgação
Mombak e BNDES. Foto: Divulgação

A startup Mombak, especializada em créditos de carbono a partir do reflorestamento da Amazônia, conseguiu autorização do Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) para um empréstimo no valor de R$ 160 milhões. Os recursos serão usados para projetos em municípios do Pará, com o objetivo de recuperar algumas das áreas mais degradadas da Amazônia, localizadas no cinturão conhecido como Arco do Desmatamento.

Fundada por Peter Fernandez, ex-CEO da 99, e Gabriel Haddad, ex-CFO do Nubank, a Mombak já tem contratos com ninguém menos que a Microsoft e o Banco Mundial. A startup negociou créditos de 1,5 milhão de toneladas de carbono com a gigante de tecnologia a serem entregues até 2032. Já o Banco Mundial anunciou em junho deste ano que iria emitir um novo título para arrecadar cerca de US$ 200 milhões, em uma operação estruturada pelo HSBC, para financiar iniciativas da Mombak.

O financiamento do BNDES contempla R$ 80 milhões em recursos do Fundo Clima e outros R$ 80 milhões por meio do BNDES Finem. O plantio será realizado com espécies de vegetação nativa. Como co-benefícios, o projeto ajuda a reverter a perda da biodiversidade, melhora a qualidade das águas e tem um impacto positivo nas comunidades onde atua, com geração de renda por meio de emprego verdes, informa o banco por meio de nota.

“Ainda existe a um preconceito em relação ao restauro de floresta, ainda se pensa que é uma atividade essencialmente ecológica. Por isso a operação com a Mombak é exemplar: mostra que já existe uma cadeia econômica do restauro no Brasil. O BNDES, como um banco inovador do desenvolvimento, está a frente dessa iniciativa, assim como também liderou os investimentos em energia renovável quando ninguém ainda acreditava”, diz a diretora Socioambiental do BNDES, Tereza Campello.

Já Peter Fernandez, CEO e cofundador da Mombak, afirma no comunicado que o financiamento é um marco para a nascente indústria de remoção de carbono no Brasil. “Restaurar florestas com o apoio do BNDES mostra que o mercado tem grande potencial de construir um futuro climático sustentável e com desenvolvimento socioeconômico”.

A Mombak já levantou cerca de R$ 1 bilhão para investir em projetos de restauração do bioma amazônico. Em um ano, a empresa plantou três milhões de árvores no município de Mãe do Rio, no Pará, gerando empregos diretos e indiretos e fortalecendo a economia local e a cadeia de reflorestamento. Por meio de um modelo de parcerias rurais com pecuaristas, outras áreas degradadas também estão sendo restauradas em municípios do Pará, segundo o BNDES.

Além dos impactos ambientais positivos, o reflorestamento permitirá a geração de créditos de carbono para o mercado voluntário internacional, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável nº 13 (Ação Contra a Mudança Global do Clima) e nº 15 (Vida Terrestre) da ONU.

Iniciativa quer transformar “Arco do Desmatamento” no “Arco da Restauração” (Foto: Divulgação/BNDES)