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A Bankme, fintech que cria e opera estruturas financeiras para médias e grandes empresas, está expandindo o seu leque de atuação. De olho em pessoas físicas, a empresa agora permite que empreendedores rentabilizem oferecendo crédito para suas redes de relacionamento, incluindo amigos, familiares e empresas com quem tenha contato.

“Imagine o seguinte cenário: dois amigos desejam abrir um negócio e precisam de um empréstimo de R$ 20 mil para iniciar. Geralmente, eles procurariam um banco para obter esse financiamento, mas sendo você um “mini banco” poderá ser a fonte de financiamento. O mesmo acontece com uma empresa que procura antecipar recebíveis para equilibrar seu fluxo de caixa. Ao invés de procurar o banco, um FIDC ou factoring, ela procura o seu mini banco”, explica André Bravo, cofundador e COO da Bankme.

A empresa deixa claro que a ideia não é incentivar a agiotagem, e garante a alta segurança e confiabilidade da operação. “Quando falamos em buscar pessoas físicas, estamos falando de pessoas que estejam interessadas em empreender no mercado de crédito, ou seja, nosso objetivo é transformar essa pessoa física em um empreendedor do mercado de crédito. Nós abrimos um negócio para ele e esse negócio é regulamentado por normativas da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Temos obrigações com o fisco, precisamos recolher impostos, tudo que qualquer empresa precisa fazer para estar dentro da legalidade”, pontua.

“Sabemos que esse mercado é muito burocrático e desafiador, e que muita gente deixa de ter interesse em atuar pelas dificuldades de entrar e operar. Ao cuidar de toda burocracia regulatória, operacional, técnica e financeira, deixamos nosso cliente focado 100% em captar negócios. Esse empreendedor terá apenas uma função: encontrar oportunidades para escoar o capital de sua estrutura de crédito, em outras palavras, vender dinheiro”, acrescenta.

Segundo André, a decisão de ampliar o leque de atuação partiu de uma necessidade do mercado. “Muito se fala sobre inadimplência e risco de concessão de crédito no mercado. Como já temos um produto maduro e bem estruturado, por que não atender outros clientes para que mais pessoas atuem com eficiência, segurança e lucratividade? Essa é a missão da Bankme desde o primeiro dia, e isso não muda ao abrirmos um novo leque de atendimento”, explica.

Quem deseja empreender com um mini banco da Bankme precisa estar disposto a operar um capital inicial a partir de R$ 1 milhão. Além de criar as estruturas financeiras, a fintech também atua como financiadora dos clientes, aumentando em até quatro vezes o capital atual sob gestão para que ampliem o atendimento. A fintech fica responsável por toda a demanda burocrática da operação do mini banco, incluindo a análise de crédito e das operações e estruturação de garantias, mapeando a confiabilidade do tomador de recursos e auxiliando o proprietário do mini banco na decisão de oferecer ou não crédito por meio de sua estrutura financeira.

André Bravo, cofundador e COO da Bankme
André Bravo, cofundador e COO da Bankme (Foto: Divulgação)

Foco no produto

A expectativa é que, até o fim do ano, a Bankme tenha cerca de 100 mini bancos ativos em sua base. Do total, 40 devem ser voltados para pessoa física. “O impacto nos negócios tende a ser grande. Cerca de 48% das nossas vendas nos últimos 6 meses já foram endereçadas a esse público. Em 2023, pelo menos 40 mini bancos devem ser focados nos clientes que não possuem uma estrutura empresarial prévia, e que querem realmente empreender tendo como negócio principal a atividade do mini banco”, diz André.

A Bankme foi criada em Londrina (PR), em agosto de 2020, e movimentou R$ 70 milhões em seu primeiro ano. Hoje, conta com 70 mini bancos em operação no Brasil, com clientes como Guichê Virtual, Vale Verde, Tmov, Hydronorth e Natufert. Em agosto/22, a startup recebeu um cheque de R$ 5,5 milhões da DOMO Invest, Apex Partners, Bamboo Capital Markets e do investidor-anjo Aury Ronan Francisco (ex-Movile), com o objetivo de otimizar a tecnologia e investir em novas soluções.

“Muita coisa mudou desde o aporte, em termos de maturidade da empresa e nossa compreensão sobre o mercado. A abertura de novas verticais, como a de pessoas físicas, é um exemplo disso, para atendermos ainda melhor as dores dos clientes”, afirma André. O executivo destaca também avanços regulatórios, como o Marco Legal da securitização, que estabelece regras e instrumentos para fomentar operações de securitização de créditos.

André diz estar sempre em contato com os investidores, avaliando oportunidades de mercado, mas afirma não ter novidades sobre uma nova captação neste momento. “O foco agora é entregar um produto cada vez mais simplificado e acessível. Queremos incluir na jornada tudo aquilo que envolve produtos de concessão de crédito, dando ao cliente a possibilidade de contratar tudo ou apenas uma parte do serviço. Com a casa muito mais ajeitada, agora a meta é pensar na escalabilidade da operação”, pontua.

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