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Para se destacar no concorrido mercado de contas e gestão para despesas corporativas, a Clara está colocando uma nova carta na mesa. Sob o nome de Clara Conta, agora a empresa quer expandir a sua plataforma de pagamento e gestão de despesas corporativas para além dos cartões de crédito.

Segundo destaca a fintech mexicana, o foco da novidade, que chega ao mercado essa semana, é aumentar as opções dos clientes na hora de efetuar pagamentos, incluindo modalidades como boletos e TED. “É uma demanda antiga dos clientes, que agora permitirá que as empresas centralizem operações em um só lugar”, afirma Francisco Simon, country manager da Clara no Brasil, em entrevista ao Startups.

Outro benefício destacado pelo executivo está nos rendimentos. Além dos pagamentos em tempo real com saldo em conta, os clients da Clara Conta podem ter retornos líquidos com 110% do CDI, o que segundo o country manager, é algo bem acima do mercado. Além disso, para o primeiro trimestre de 2024, o plano da companhia é incrementar a Clara Conta com pagamentos via Pix, tudo isso com a gestão e conciliação em tempo real na plataforma da fintech.

“Estamos convencidos que não queremos ser apenas mais uma conta PJ. Estamos expandindo nossa proposta de um ecossistema completo para gerir pagamentos, seja em cartão ou em outras fontes”, dispara o executivo. Mas ao entrar em um terreno que hoje conta com nomes como Conta Simples, Portão 3 e Cora, a Clara mira mais longe. A proposta de fintech mexicana é brigar com os grandes bancos para ter as contas de grandes empresas. Mas a gente já fala mais disso.

A chegada da Clara Conta acontece pouco depois da autorização que a Clara recebeu do Banco Central para atuar como Instituição de Pagamento (IP), e segundo Francisco, é um produto desenvolvido especialmente para o país, que está caminhando para se tornar o principal mercado da startup, ficando à frente da Colômbia e do México, onde a fintech unicórnio foi fundada. Um detalhe: recentemente a Clara mudou a sua sede para o Brasil, uma decisão que segundo Francisco, ilustra bem o plano geral da companhia.

Francisco Simon, country manager da Clara no Brasil (Crédito: divulgação)
Francisco Simon, country manager da Clara no Brasil (Crédito: divulgação)

“Atualmente o Brasil já apresenta taxas de crescimento duas vezes maior que o México em volume transacionado”, afirma a companhia, que possui cerca de 3,4 mil clientes no Brasil – ao todo na América Latina são cerca de 14 mil. Atualmente, a empresa transaciona localmente mais de R$ 1 bilhão de reais nos cartões de crédito e conta com uma operação que tem dobrado de tamanho a cada semestre. “Até o final do ano que vem, queremos chegar aos R$ 6 bilhões transacionados”, pontua o executivo.

Crescendo no enterprise

No seu começo a Clara se posicionou como uma solução voltada à gestão financeira de startups, sendo a plataforma de escolha para muitos negócios de médio a grande porte. Contudo, segundo destaca Francisco, de uns tempos para cá a fintech percebeu como estas soluções são bastante demandadas por companhias de maior porte.

“Começamos a expandir bastante no segmento enterprise, ajudando estas empresas a lidar com suas complexidades financeiras na parte de pagamentos”, explica Francisco. Entre alguns dos nomes grandes que a Clara trouxe para sua carteira estão Banco Votorantim, BR Malls e Grupo Trigo (detentor de marcas como China in Box, Spoleto e Gendai).

Segundo o country manager, este aumento de market share no topo da pirâmide veio de forma orgânica, mas foi potencializado por algumas parcerias feitas pela fintech, como a integração com sistemas de ERP da SAP, uma das líderes de mercado quando se trata do segmento enterprise.

Perguntado se a Clara tem pretensões de rivalizar com grandes bancos quando o assunto é ter as contas das empresas, Francisco é mais realista. “As empresas não vão fechar suas contas nos bancos grandes para ficar só com a nossa conta. Somos uma nova camada financeira para atender uma dor que as empresas tem na parte de pagamentos e os bancos não atendem, que é a de gestão”, avalia.

Para tocar o plano de crescimento no Brasil, a Clara está com grana na conta. Em março, a fintech levantou um financiamento de US$ 60 milhões, em uma rodada com a GGV Capital e o investidor do Vale do Silício Hans Tung. Entre suas séries A, B e extensões, a companhia já levantou mais de US$ 200 milhões, e é um unicórnio desde 2021, quando levantou US$ em aporte da Coatue.

“Ainda estamos com muito recurso, tanto para fazer a parte de desenvolvimento de produto, quanto de time”, finaliza Francisco.

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