Fintech

Com diretor de startups, Clara quer se aproximar do ecossistema

Fintech anunciou contratação de Gabriel Coelho para se tornar a "top of mind" de pagamentos corporativos nas startups

Gabriel Coelho, diretor de startups e inovação na Clara (Foto: divulgação)
Gabriel Coelho, diretor de startups e inovação na Clara (Foto: divulgação)

Criar divisões de relacionamento com startups é geralmente coisa de empresa grandona querendo se enturmar com o ecossistema e desenvolver políticas de inovação aberta. Entretanto, a fintech de gestão de despesas Clara também resolveu oficializar seu posicionamento com o ecossistema no Brasil – e para isso acabou de contratar um diretor de startups e inovação.

Quem chega na fintech mexicana é Gabriel Coelho, veterano do mercado de mídia, com passagens em empresas como Ogilvy Mather Brasil e Grupo Bandeirantes. Desde 2014, Gabriel estava à frente consultoria Empodere-se, que fundou para levar metodologias vindas do Vale do Silício, como design thinking e business design, para grandes corporações.

Em papo com o Startups, Gabriel destacou que o plano da Clara ao criar esta nova posição é ambicioso, colocando a fintech como referência nas startups quando o assunto é pagamentos e gestão de despesas. “Queremos nos tornar a fintech ‘top of mind’ quando o assunto é meios de pagamento”, dispara.

Para isso, a Clara já traçou um plano para entrar em diversos hubs de inovação no país, tais como Cubo (São Paulo), Porto Digital (Recife) e Orbi (Belo Horizonte), entre outros. “Estamos com uma agenda nacional para levar a Clara para dentro destes espaços. Meu papel aqui é o de aproximar”, pontua.

Além dos hubs, outro papel do novo diretor de startups e inovação na fintech é o de trabalhar com fundos para colocar a Clara como uma opção de governança financeira para as startups, algo que conta muito na hora de captar investimentos. “Pensamos em formas de criar valor com todos os stakeholders deste ecossistema”, destaca.

Foco no Brasil

A Clara está realmente focada no Brasil – e isso não é de agora. Nascida no México – e com operação também na Colômbia – a companhia desembarcou em terras canarinhas em 2021. Entretanto, desde o ano passado, a companhia deixou claro (olha aí o trocadilho não intencional) que quer fazer do Brasil o seu principal mercado.

Em agosto do ano passado, após receber a autorização do Banco Central (BC) para operar como uma instituição de pagamento (IP), a empresa anunciou a mudança de sua sede da Cidade do México para São Paulo. No Brasil, a fintech já soma 100 funcionários, cerca de 30% de toda a equipe. Na época, a empresa anotava cerca de 2 mil clientes no Brasil (30% do share), com nomes como Amaro, Mapfre, BR Malls, SmartFit, além de startups como Méliuz, Kavak, Bitso, entre outras.

Para essa investida no Brasil, meses antes ela levantou um financiamento de US$ 90 milhões, em uma operação realizada com a norte-americana Accial Capital e pelo fundo colombiano Skandia FCP IMPACTO.

Agora em 2024, a empresa afirma já ter chegado à marca de 4 mil clientes no território brasileiro, batendo a marca de R$ 2 bilhões transacionados anualmente.

“Atualmente, somos parceiros de 80% das 100 maiores startups brasileiras, mas queremos ir além: temos mapeadas 500 empresas conectadas ao ecossistema de inovação, além de 150 consultorias e mais de 4 mil startups. Com a chegada do Gabriel, nosso objetivo é sermos a principal aliada para pagamentos corporativos de boa parte desse universo de empresas”, finalizou Francisco Simon, country manager da Clara no Brasil, em nota enviada ao Startups.