Fintech

Celcoin segue de olho em M&As, mesmo com prejuízo

No 1º semestre, fintech teve prejuízo contábil de R$ 13,2 mi, alta de 269% ano contra ano; no ajustado, as perdas somaram R$ 1,4 mi

Marcelo França, CEO da Celcoin
Marcelo França, CEO da Celcoin. Crédito: divulgação

A Celcoin, que fornece infraestrutura de tecnologia financeira e bancária, encerrou o primeiro semestre deste ano com prejuízo contábil de R$ 13,2 milhões, elevação de 269% em relação a igual período de 2022. Nos números ajustados, contudo, o balanço traz perdas de R$ 1,4 milhão, uma melhora de 61% na mesma base de comparação.

Nas demonstrações financeiras, a fintech atribui o resultado ao alto volume investido na divulgação da marca, à captação de clientes e ao desenvolvimento dos serviços. “Após apresentar lucro mensal pela primeira vez na história em 2022, o grupo continuou apresentando meses de bom resultado, com geração de caixa e bons resultados contábeis”, afirma a Celcoin. Conforme a empresa, os “grandes detratores” do resultado foram a constituição de reserva para o plano de ‘stock options’ e a alocação dos ativos intangíveis da Flow Finance e Galax Pay — adquiridas no ano passado.

O EBITDA (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou negativo em R$ 9,8 milhões de janeiro a junho, contra R$ 2,6 milhões registrados no mesmo período de 2022. “Este prejuízo esteve em linha com o esperado, dado que contabilizamos R$ 3,6 milhões de amortização de ágio e ativos intangíveis das aquisições de 2022 (pontualmente, ou one-off), e R$ 5,415 milhões pela constituição de reserva para o plano de ‘stock options’”, diz a companhia.

Receita recorrente

Ao final de junho, o grupo Celcoin — que inclui Flow Finance, Galax Pay e Finansystech — registrou uma receita recorrente anualizada de R$ 168 milhões. O resultado, então, representa um aumento de 68% em relação a igual período de 2022. Ao Finsiders, a fintech atualizou esse número e informou que, em julho, sua receita anualizada ultrapassou a marca de R$ 200 milhões.

Com crescimento acelerado, a Celcoin tem uma base ativa de 370 bancos e fintechs, assim como 5 mil empresas médias e grandes, e redes de varejo com mais de 40 mil pontos.

Atualmente, a fintech processa cerca de R$ 8 bilhões por mês. No primeiro semestre, o volume total de transações (TPV) cresceu 71% na comparação ano contra ano. Em 2022 como um todo, a empresa apurou um TPV de R$ 51,9 bilhões.

Mais M&As

Desde o início do negócio, em 2016, a Celcoin recebeu R$ 170 milhões em investimentos. Para compor seu ‘Lego’ de infraestrutura bancária e financeira, a empresa já anunciou três aquisições e promete que não vai parar por aí. No balanço do primeiro semestre, aliás, a fintech diz que a agenda de M&As continua “bem ativa”. Tanto é que outras aquisições estão no horizonte.

“Temos uma estrutura super eficiente, com geração de caixa e no momento estamos olhando novas oportunidades de crescimento orgânico e inorgânico”, afirma Marcelo França, CEO da Celcoin, em nota.

A tese de investimento inclui empresas que complementam o portfólio de produtos. Outro foco, por exemplo, é para negócios que adicionam ao grupo uma carteira relevante de clientes. Em 2022, além das aquisições da Flow Finance (crédito) e Galax Pay (cobrança), a Celcoin comprou a tecnologia de split de pagamento de Pix da fintech curitibana Sled. O acordo não envolveu a aquisição da empresa.