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A fintech Qlub, que oferece uma solução de pagamento ultrarrápido para estabelecimentos variados, acaba de receber um pomposo seed de US$ 25 milhões. O aporte vai fortalecer a atuação global da empresa, incluindo a expansão das operações para outros estados brasileiros além de São Paulo.

Lançado há pouco mais de 1 ano nos Emirados Árabes, o aplicativo permite que os usuários – fregueses de restaurantes, baladas, cafés e hotéis – paguem a conta diretamente sem precisar  esperar em filas ou pelo garçom trazer a conta. A proposta é otimizar o serviço aumentando a rotatividade de mesas e, como resultado, ampliando a receita. A companhia está presente em países como Austrália, Índia, Singapura e Arábia Saudita, além da sua terra natal.

A Qlub desembarcou no Brasil em março de 2022 após captar US$ 17 milhões em uma rodada co-liderada pelos fundos Cherry Ventures e Point Nine Capital, com participação de STV, Raed Ventures, Shorooq Partners e FinTech Collective. Os investidores repetiram a aposta na startup este ano e entraram no recente aporte de US$ 25 milhões, que também contou com a participação do fundo Heartcore como novo investidor.

Segundo o cofundador Oscar Bedoya, fechar essa captação foi bem mais difícil do que a primeira por conta da atual conjuntura macroeconômica. Ele conta, inclusive, que o contrato da rodada foi assinado apenas dois dias antes do colapso do Silicon Valley Bank. “Não era o melhor momento”, admite, entre um riso de nervoso. “Mesmo assim, a maior parte dos recursos vem dos antigos investidores, o que é uma ótima conquista pois mostra que eles realmente confiam no que estamos fazendo.”

“Fechamos a primeira rodada rápidamente, mesmo sendo uma quantia grande para uma empresa tão pequena. Já a última levou muito mais tempo e negociação. Há um ano, os investidores pediam apenas crescimento. Agora, querem saber se estamos no caminho para atingir a lucratividade, e tivemos que mudar nossa estratégia global”, diz Oscar. A projeção da Qlub é alcançar lucratividade entre o fim de 2023 e início de 2024.

O principal objetivo com a rodada é escalar as operações justamente para chegar nesse estágio. Embora a companhia possa expandir para um ou dois novos mercados no próximo ano, o foco é avançar nas regiões onde já atua, expandindo as vendas, integrações e funcionalidades da plataforma.

Philippe Araujo e Oscar Bedoya, fundadores da Qlub
Philippe Araujo e Oscar Bedoya, fundadores da Qlub (Foto: Divulgação)

Qlub no Brasil

“O início das operações no Brasil foi difícil, para ser sincero. Chegamos em março/22, mas começamos a transacionar só em julho, sendo que em outros países costumamos levar apenas uma semana”, diz Oscar. Ele cita desafios regulatórios e as diversas alternativas de pagamentos disponíveis na região, que fizeram com que a Qlub tivesse que se adaptar. Hoje, a empresa já aceita tickets-refeição (Sodexo, Ticket e VR), Beneflex (Flash, Caju, Swile, Ifood Benefícios, PicPay), wallets (Apple e Google Pay), além de PIX e cartões de crédito.

Superando essa barreira de entrada, ele observa no Brasil um forte bastante potencial para os negócios da Qlub devido à alta taxa de adoção de pagamentos digitais e altos níveis de aceitação da solução. Sem abrir números específicos, ele afirma que a startup tem dobrado o volume de transações mês a mês, com operações apenas no estado de São Paulo e atendendo restaurantes como Viccolo Nostro, Enosteria e Villa Gusto.

Agora com o caixa reforçado, a fintech tem planos de expandir para Rio de Janeiro, Salvador, Florianópolis, e Curitiba no segundo trimestre de 2023. A meta é direcionar “milhões de dólares” da rodada seed para o fortalecimento das operações brasileiras. Por aqui, a Qlub tem parceria com mais de 20 empresas especializadas em sistemas de gestão, plataformas digitais de pedidos e soluções operacionais para o varejo, e pretende ampliar o número de parceiros ao longo do ano.

“O mercado de POS (Point Of Sale) para restaurantes é bastante fragmentado. Se conseguirmos integrar a maioria dos players, será muito difícil competir conosco. O que vemos nos primeiros meses de funcionamento é que a adoção é muito boa. Então as barreiras são grandes, mas se conseguirmos fazer um bom trabalho sairemos na frente, especialmente neste período em que arrecadar dinheiro é muito difícil”, conclui.

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