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A trajetória profissional de Alison Novaes tem de tudo um pouco — trabalho em grande empresa e startup, atuação com consultoria, fracasso do primeiro negócio e, agora, a nova jornada empreendedora. Mas foi em sua experiência como head de pagamentos da Enjoei, uma espécie de bazar online, que o catarinense encontrou o “estalo” para fundar sua segunda startup, a recém-lançada PoolPay.

A fintech pretende resolver a dor do pagamento no check-out nos e-commerces e marketplaces, com uma solução que permite ativar e desativar, em poucos cliques, múltiplos métodos de pagamento — de cartão de crédito a produtos de crediário digital (‘buy now, pay later’, ou BNPL), passando por boleto, Pix, iniciação de pagamentos (ITP) e criptomoedas.

“Funcionamos como um hub de pagamentos que conecta tudo isso num só, com uma integração apenas, dando autonomia, flexibilidade e performance para os lojistas”, explica o fundador. Na plataforma — que acaba de chegar ao mercado — já estão integrados 14 parceiros, como AarinAddiIniciadorKoinZoop, entre outros.

A proposta da PoolPay é fornecer esse “pool” de formas de pagamento, inclusive métodos alternativos como BNPL e boleto parcelado, para que os e-commerces e marketplaces possam aumentar a taxa de aprovação das compras e evitar a perda de clientes no momento crucial do check-out. A tecnologia construída pela fintech tem funcionalidades como split e orquestração de pagamentos, com um ‘smart routing’ que pode ser configurado para cada perfil de transação.

Em operação desde o início do ano, a PoolPay tem atualmente dois clientes ativos — juntos, somam volume total de pagamentos (TPV) de R$ 30 milhões/mês. Há negociações em andamento com outras 13 empresas. “A ideia é irmos aos poucos. Estamos focando em médias e grandes contas, com projeção de intermediar por volta de R$ 150 milhões em pagamentos até o fim de 2023”, conta Alison.

A empresa criou uma ferramenta que permite ao e-commerce disparar, automaticamente, uma mensagem para o WhatsApp do cliente quando uma compra for recusada, por exemplo. O recurso possibilita, então, oferecer outras opções de pagamento para que o cliente conclua a compra. “Nos próximos meses, também vamos lançar um link de pagamento alternativo para autônomos e profissionais liberais oferecerem para seus consumidores.”

PoolPay está desenvolvendo, ainda, uma ferramenta que utiliza inteligência artificial (IA) e vai possibilitar a orquestração de pagamentos de forma praticamente automática. “A IA entenderá o perfil das transações daquele e-commerce ou marketplace e montará os arranjos de pagamento”, afirma o fundador.

Para avançar nisso, a fintech está negociando uma rodada seed, com previsão de captação no segundo semestre. No fim do ano passado, a empresa levantou um primeiro cheque, de R$ 1 milhão, com a Levain Ventures, firma de Venture Capital de Curitiba (PR).

Competição

PoolPay não é a única a apostar em uma solução que integra múltiplos pagamentos, com foco em e-commerces e marketplaces. Fundada em 2020, a Malga (antiga Plug) já levantou mais de US$ 3 milhões e prevê crescer 10 vezes neste ano.

Quem também disputa esse segmento é a colombiana Yuno, criada por dois ex-Rappi, que recebeu um aporte de US$ 10 milhões há cerca de um ano, quando chegou oficialmente ao mercado. A fintech espera processar um volume de transações superior a US$ 1 bilhão em 2023, conforme divulgou no início do ano.

Oportunidade não falta, dada a expansão do e-commerce no Brasil e na América Latina. Relatório recente publicado pela canadense Nuvei prevê que o comércio eletrônico por aqui crescerá a uma taxa anual de 20% entre 2022 e 2026.

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