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Nascida há 1 ano como mais um dos negócios com o selo Rappi Máfia, a fintech de pagamentos Yuno quer acelerar o passo em um ano que começa bastante turbulento para o mercado de tecnologia – e cheio de incertezas na economia.

A meta é fechar o ano com pelo menos US$ 1 bilhão transacionados na plataforma, um salto considerável em relação aos números de 2022. Em novembro, quando a companhia estava apenas em seu 2º mês de operação comercial de fato, o volume foi de US$ 1 milhão. A ambição parece grande, mas pode ser ainda mais. “Vamos chegar a US$ 2 bilhões ou US$ 3 bilhões, se Deus quiser”, diz Juan Pablo Ortega cofundador e CEO da Yuno, e também cofundador da Rappi (à esquerda na foto de destaque deste texto).  

E mais. Até o fim do ano, a companhia pretende ter lucro. Isso mesmo. Uma empresa da Rappi Máfia lucrando. Se bem que a fintech quer se distanciar da alcunha. “Somos uma empresa de software. O que fazemos é ser direcionados pelo produto. E se você tem um produto bom, não precisa comprar mercado, ter muito marketing. É só fazer o pitch e mostrar o produto. É um pensamento completamente diferente da Rappi Mafia”, diz JP, como também é conhecido.

O que a Yuno faz

A Yuno nasceu dentro da Rappi, quando JP e Julián Nuñes trabalhavam na criação de serviços financeiros dentro do aplicativo de entregas. Julián liderou o desenvolvimento do checkout Paga com Rappi. Já JP criou o RappiBank.

A ideia é oferecer meios de pagamentos para médias e grandes empresas no formato de marketplace. Ao se tornar um cliente da Yuno, uma empresa passa a ter acesso e gerenciar os serviços de nomes como Rede, NuPay, PayU, Mercado Pago e Bancolombia por meio de uma única plataforma. Basta ativar ou desativar a opção que mais interessa. “Cobrimos 85% do mercado de pagamentos na América Latina”, destaca JP.

Segundo ele, ao optar pelo caminho de agregar ofertas de outras empresas, e não criar um novo serviço do zero, como a maiora das fintechs tem feito, ideia é não reinventar a roda. “Não acho que vamos ser melhores que Addi, Stone ou Stripe. Não queremos competir com companhias que fazem muito bem o que fazem”, explica JP, que diz que a ideia não é ter uma oferta própria da Yuno dentro da plataforma.

Ele diz acreditar, na verdade, na fintech atuando como uma provedora de infraestrutura, um whit label para que outras companhias, como bancos, possam criar suas ofertas. “Vejo uma oportunidade de criar software”, diz.

Modelo de negócios   

O modelo de negócios prevê o pagamento de uma mensalidade mais uma taxa de sucesso por operação. A lista de clientes hoje tem nomes como McDonald´s, Avianca, Privacy, Tembici e claro, a Rappi. Até o fim do ano a expectativa é ter um total de 100 marcas. Mais pro fim de 2023 a Yuno pretende lançar uma oferta self-service voltada a empresas de menor porte. Hoje a plataforma leva leva umas 2 semanas para ser integrada aos sistemas dos clientes, estando disponível para uso em até 1 mês da contratação.

Com 85 pessoas – sendo 75 na área de desenvolvimento – a Yuno ganhou vida com um pre-seed polpudo: US$ 10 milhões (ser Rappi Máfia ajuda bastante nessas horas, né?). O aporte foi liderado pela Andreesen Horowitz e coliderada por Monashees e Kaszek. Também participaram Nazca, Latitud, ONEVC, Opera Ventures, Saurabh Gupta (parceiro da DST Global) e investidores-anjos como Simón Borrero, cofundador e diretor-executivo da Rappi.

De acordo com JP, com o dinheiro levantado, a empresa tem gás para seguir 2 anos sem captar novamente. Isso sem contar a chegada à rentabilidade, que vai aumentar ainda mais a pista. Por conta disso não há planos para uma nova rodada tão cedo. Uma captação pode acontecer caso entre no radar uma expansão para além da América Latina, como África e o Sudeste asiático. “Não é parte do plano agora. Mas provavelmente teremos gente na Europa e na Ásia”, diz.

Expectativas

Com tudo o que já foi dito, não precisa nem dizer que, apesar dos pesares da economia global, as expectativas são otimistas para 2023. Para o fundador o que a Yuno o pacote oferece se encaixa exatamente no que as empresas precisam em um ano tão complicado: aumento na aprovação das compras, redução nas fraudes e no custo por transação. “A gente entende o problema dos clientes porque costumávamos ser o cliente. Sabemos o que tem que fazer, como atender”, finaliza o fundador.

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