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Em meio à movimentada agenda do Fire Festival e esperadas discussões sobre os impactos da inteligência artificial sobre a creator economy, a Hotmart chamou a atenação ao anunciar um produto e um movimento inédito. O unicórnio anunciou o lançamento do Hotmart PRO, plataforma focada em conectar criadores a outros profissionais da área para a contratação de habilidades específicas.

Com o movimento, o unicórnio passa a ocupar um espaço que antes era contemplado ou por outras plataformas mais generalistas (GetNinjas, Fiverr ou Workana, por exemplo) ou era feito de forma informal. Segundo a empresa, a novidade foi uma resposta a demanda de muitos de seus clientes, que buscavam profissionais como copywriters, editores de vídeo, gestores de tráfego, contadores, mas não sabiam onde.

“Víamos casos de criadores de conteúdo que deixavam de criar novos produtos pois não sabiam onde encontrar os profissionais que precisavam para tocar estes projetos adiante”, afirmou JP Resende, cofundador e CEO da Hotmart, ao falar sobre o novo produto.

“Realizamos algumas pesquisas internas em que 70% deles começam sozinhos, mas à medida que crescem, começam a ter a necessidade de terceirizar e têm dificuldade em encontrar pessoas que são verdadeiros especialistas”, completa a general manager da companhia, Nathália Cavalieri (foto), em entrevista ao Startups.

Atulamente, o Hotmart PRO está ainda em fase beta, com uma lista de espera aberta para os profissionais e produtores de conteúdo interessados. Entretanto, de acordo com Nathália, os primeiros meses de operação já foram promissores. “Dentre os mais de 400 profissionais cadastrados, 96% receberam ofertas de trabalho”, revela.

Para se diferenciar de outras plataformas da tal “gig economy”, a Hotmart colocou a carta de especialista na mesa. Para a general manager, a nova plataforma chega com o propósito de conectar a demanda de sua base de criadores com profissionais que entendam do assunto. “Temos na nossa base profissionais que aprenderam com nomes como Érico Rocha e Pedro Sobral”, explica, citando dois “superstars” saídos do ecossistema Hotmart.

Além disso, no “marketplace” do Hotmart PRO existe a parte de curadoria e avaliação, ajudando os criadores a saberem antecipadamente sobre critérios como habilidade, precificação e outros.

Novas oportunidades

Apesar de ser um novo produto dentro do leque da Hotmart, por enquanto o PRO não é uma nova fonte de receita. Segundo explica a general manager, a parte transacional envolve o matchmaking entre criadores e profissionais, assim como a negociação via chat dentro da plataforma. “Por enquanto, esse produto não tem uma cobrança. O foco é no crescimento nos negócios para os criadores, e nós faturamos um percentual em cima da venda destes produtos criados”, pondera Nathália.

Entretanto, a empresa não descarta a possibilidade de “virar a chave” quanto à precificação do Hotmart PRO. De acordo com a executiva, é algo que pode mudar de acordo com a demanda e o fluxo de negócios gerado nesta fase beta.

Para JP Resende, a nova plataforma faz parte da visão da Hotmart em diversificar suas ofertas, e no caso do PRO, também guarda um plano mais ambicioso: “Queremos contribuir para profissionalizar um mercado que até hoje ainda é bastante informal”, avalia. “O Hotmart Pro é uma grande oportunidade de gerar negócios para nós, mas também de tornar o mercado mais conectado”, finaliza o CEO.

Falando em diversificar ofertas, vale lembrar que a Hotmart investiu pesado nisso nos últimos anos. Em 2020 a empresa comprou três empresas: a plataforma americana de e-learning Teachable, a startup de soluções para landing pages Klickpages e a Wollo, de soluções para monetização de infoprodutos. No ano passado ela comprou a eNotas, companhia que oferece soluções para emissão automática de notas fiscais eletrônicas.

E aí?

Numa nota não relacionada ao assunto principal, mas para não perder o costume, durante coletiva no Fire Festival, JP recebeu a pergunta que não quer calar: o IPO sairá eventualmente?

“Não vejo o IPO tão claro no horizonte”, afirmou categoricamente o CEO, dando outros caminhos para o futuro da sua empresa. “O mercado mudou bastante de um ano para cá. Hoje em dia é até melhor se manter privada. Estamos bem capitalizados”, finaliza o executivo.

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