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Há sete meses, a foodtech NUU movimentava o mercado ao anunciar a captação de R$ 20 milhões, liderada pelo fundo de impacto EcoEnterprises Fund com participação de CamelFarm Capital, Newlin, MadFish, Bioma Food Hub, GVAngels e Gávea Angels. No entanto, a startup ainda tinha espaço sobrando nessa série A e, agora, conclui oficialmente a rodada com a entrada de Investidores.vc e FDC Angels.

“Quando comunicamos a rodada em 2023, ainda tínhamos espaço para mais investidores brasileiros – algo que o fundo que liderou a captação colocou como uma prerrogativa. Esses novos investidores chegam como parceiros estratégicos para completar a série A trazendo o smart money do Brasil”, afirma Rafaela Gontijo, CEO e cofundadora da NUU, em conversa com o Startups.

Para participar da rodada, FDC Angels e Investidores.vc entraram, respectivamente, com cheques de aproximadamente R$ 400 mil e R$ 825 mil. “A gente coloca dinheiro naquilo que acredita. O Brasil tem uma penetração gigantesca de produtos congelados, uma forte cultura de delivery no pós-pandemia e cada vez mais pessoas dependendo de refeições rápidas e práticas. Nesse contexto, a proposta da NUU envolve não só o sabor, mas a origem do alimento, a descarbonização da cadeia e o propósito do negócio”, afirma Amure Pinho, fundador do Investidores.vc.

Igor Figueiredo, membro e líder do investimento pela FDC Angels, acrescenta que outro importante diferencial da foodtech é o potencial de gerar impacto. “Quando a gente olha para a NUU, a questão não é só o que ela faz, mas como faz. Há um cuidado com o produto, a cadeia de fornecimento e com o meio ambiente, além de ser uma empresa com liderança 100% feminina. A FDC Angels tem uma grande preocupação com o impacto que as empresas vão gerar para o futuro, e estamos honrados de fazer parte desta jornada”, pontua.

Fundada em 2015 por Rafaela Gontijo, Maíra Rabelo e Julia Dabés, a NUU começou sua jornada com a venda de pão de queijo em feirinhas no Rio de Janeiro e, ao longo dos anos, conquistou grandes mercados como Pão de Açúcar e Carrefour, além de redes e cafeterias em São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Santa Catarina. Hoje, com fábrica própria, a foodtech produz também palitinhos de tapioca, pizza de massa de pão de queijo em cinco sabores – margherita, linguicinha, frango com requeijão, queijo com goiabada e doce de leite – e os famosos dadinhos de tapioca com molho (uma receita desenvolvida em parceria com o premiado chef Rodrigo Oliveira, do restaurante Mocotó).

Fundadoras da NUU: Rafaela Gontijo, Julia Dabés e Maíra Rabelo
Fundadoras da NUU: Rafaela Gontijo, Julia Dabés e Maíra Rabelo (Foto: Divulgação)

Estratégias e prioridades

Segundo a CEO da NUU, os recursos da rodada serão direcionados para vendas e marketing, e para explorar novas esteiras e linhas de receita. “Existe uma grande dependência das marcas de bem de consumo com o varejo tradicional, mas estamos vendo novos players chegando com varejo digital, entrega em minutos, ultra conveniência, mercadinho nos condomínios, e começamos a tatear essas novas esteiras, abrindo outras linhas de receita que sustentam o crescimento do negócio”, explica Rafaela. 

Entre elas, a foodtech está apostando na área de eventos e espera se consolidar como a “comidinha do rolê”. Além disso, a companhia prevê expandir a sua presença física ao ampliar os pontos de venda, chegando a 3.500, com crescimento em novas praças como Sul e Nordeste, e lançar duas novas linhas de produtos, todas à base de mandioca.

“Também estamos investindo fortemente em tecnologia. Para isso, trouxemos um líder de dados que era do Zé Delivery e estruturamos um time com foco em dados, Business Intelligence e algoritmos internos – que antes eram incipientes na NUU e agora sustentam toda a tomada de decisão nas áreas de vendas, marketing, operações, logística e impacto”, acrescenta a empreendedora.

O apoio dos novos investidores será essencial neste momento de expansão. “Investidores.vc e FDC Angels têm pessoas muito acessíveis e cheias de bagagem. A NUU é uma empresa complexa, pois envolve indústria, cadeia de valor com o agronegócio, logística, vários canais de distribuição e a área de impacto. Ter o smart money é importante para todo o nosso time, que pode acessar os investidores para pedir ajuda, receber conselhos, conectar-se a grandes players e também potenciais parceiros”, afirma.

Rafaela observa ainda um suporte na questão da governança, para que a empresa atenda não só aos padrões do fundo internacional, mas também consiga levar segurança e transparência para os parceiros brasileiros. “Com todos esses avanços, a expectativa é que o faturamento cresça em triplo dígito em 2024, impulsionado pelo lançamento de novos produtos e outras unidades de negócio”, finaliza.

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