A Papapá, foodtech que oferece alimentos naturais e orgânicos para bebês, deve encerrar o ano muito bem, obrigada. Depois de crescer 400% no ano passado, a startup fundada pelo casal Paula e Leonardo Afonso projeta manter o mesmo crescimento em 2023, com um faturamento de R$ 48 milhões.
O sucesso vai na esteira da constante expansão de seu portfólio produzido com alimentos 100% orgânicos, sem adição de conservantes ou qualquer aditivo químico. Além de suas já conhecidas papinhas de frutas, a Papapá lançou biscoitinhos naturais para a fase da dentição, além de snacks para bebês, incluindo palitinhos vegetais feitos à base de farinha de grão de bico e beterraba. Também chegaram novas linhas com macarrão, refeições prontas, além de um cereal instantâneo sem adição de açúcar. A próxima aposta da startup será as papinhas salgadas.
A trajetória próspera na verdade ganhou impulso em 2021, ano em que a foodtech se lançou ao mercado e logo recebeu R$ 5 milhões em uma rodada liderada por Alphonse Voigt e Antonio Maganhotte Junior, sócio-fundadores da Ebanx, junto a outros investidores-anjo. Esse investimento foi direcionado para a expansão da equipe, o desenvolvimento de novos produtos e a ampliação dos canais de distribuição.
A empresa já está presente em todos os estados brasileiros e em mais de 4 mil pontos de venda. Hoje, cerca de 70% do faturamento provém de vendas em lojas físicas, como mercados e farmácias, enquanto 30% são provenientes de seu e-commerce. Para 2024 vem mais novidade por aí. A Papapá pretende abrir sua primeira loja própria em Curitiba (PR), no início de 2024, que vai funcionar como uma dark store onde motoboys farão entregas no mesmo dia.
Como tudo começou
Paula e Leonardo, fundadores da startup, residiam na Austrália com seu primeiro filho, Bernardo, quando tiveram a ideia de criar a Papapá, em 2019. Na verdade, o ímpeto para empreender se deu após uma experiência própria vivida com o filho no Brasil. Quando vieram passar o Natal com a família no país, enfrentaram dificuldades em encontrar alimentos verdadeiramente saudáveis e livres de conservantes por aqui, ao contrário do mercado australiano.
“Nos chamou atenção o fato de que os produtos do único player nesse mercado no Brasil estavam muito ultrapassados em termos de embalagem, variedade de sabores, listas de ingredientes, etc. Foi então que vimos a oportunidade de melhorar a introdução alimentar de bebês brasileiros com uma marca humanizada de produtos naturais e orgânicos”, conta Leonardo, em conversa com o Startups.
Antes de lançar a marca, o casal reuniu um grupo formado por 60 mães para saber quais eram os principais desafios e dificuldades na introdução alimentar dos bebês. E o que mais ouviram era que as mães sentiam muita culpa em dar as papinhas prontas existentes no mercado. Foi a partir daí que o primeiro produto da Papapá chegou aos principais mercados e farmácias do Brasil, com registro da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e com Certificado Orgânico do Brasil.
Além da primeira loja física própria, Leonardo afirma que há um projeto específico (ainda muito confidencial) sendo trabalhando desde já, o qual acredita que vai mudar o patamar do negócio. Segundo ele, uma nova captação está prevista para o fim de 2024, para então a startup entrar no novo e misterioso mercado em 2025.