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Em janeiro, a Lincon, healthtech que promove terapia digital humanizada, viu a oportunidade de criar uma nova área de negócios pensada na gestão do cuidado do paciente de instituições de saúde. Ela então adaptou seu SaaS – usado até então pelo RH de empresas de vários setores – para poder ser utilizado também pelas equipes de cuidado de hospitais e operadoras de saúde.

A estratégia foi motivada pela sanção da lei da telemedicina no fim de 2022, que autoriza definitivamente a prática dos atendimentos médicos remotos em todo território nacional. Com a legislação e os crescentes problemas relacionados à má gestão de saúde populacional, os provedores de saúde têm buscado soluções que permitam uma gestão que una o melhor do cuidado individualizado com os ganhos de escala proporcionados pela tecnologia. 

E a mudança já gerou bons resultados à healthtech. Em conversa com o Startups, o CEO da Lincon, Victor Navarrete, conta que, de dezembro pra cá, a startup triplicou o faturamento só com o novo SaaS. “Geralmente levamos de 9 a 12 meses para fechar um contrato, e com o novo produto fechamos negócios em apenas 3 meses. Também crescemos em 10x nossa base de vidas monitoradas, para 10 mil”, afirma. Dr. Consulta, Siemens, EMS e Amparo Saúde são alguns dos novos contratos firmados.

 O CEO da Lincon, Victor Navarrete (Foto: Divulgação)
O CEO da Lincon, Victor Navarrete (Foto: Divulgação)

Mais recorrência e menos custos

A nova tecnologia da Lincon permite que as empresas de saúde deixem de ter interações pontuais com seus clientes/pacientes, aumentando a fidelidade e recorrência e a adesão aos tratamentos e, consequentemente, melhorando a receita. Para operadoras de saúde, o impacto está na redução dos custos, já que o acompanhamento permite que se elimine idas desnecessárias ao pronto socorro ou que se evite procedimentos complexos.

De olho no potencial da inteligência artificial, a startup está desenvolvendo novas funcionalidades para potencializar ainda mais o seu SaaS. Como exemplo, um algoritmo que, com base em parâmetros de comportamento do paciente, consegue identificar, com alta precisão, quem irá desengajar em breve.

Hoje, pela solução da Lincon, o paciente recebe, em um aplicativo, insumos para seu tratamento, com acesso a vídeos curtos e pílulas de conhecimento. Também pode cadastrar lembretes de medicamentos, criar diários de sono, alimentação e atividade física, além de interagir com o time de saúde por meio de um chat direto. Tudo isso integrado a outros aplicativos de cuidado, como o Google Fit, e a dispositivos inteligentes, como  glicosímetros e medidores de pressão arterial.

Já pelo sistema operacional HealthOS, o time de saúde faz toda a gestão da sua carteira de pacientes. Com os dados em mãos, a equipe pode tomar medidas como alterar o paciente entre diferentes linhas de cuidado, cadastrar notificações em massa, intervir via chat integrado da própria ferramenta e configurar alertas, extrair relatórios clínicos, etc.

“Estamos agora em fase de fechar contratos, ter um pitch mais sólido de receita para daí sim, no último trimestre do ano, fazermos uma nova rodada para acelerar o crescimento dessa linha SaaS”, adianta Victor, acrescentando que a Lincon quer chegar em 2024 com R$ 1 milhão em contratos anuais. Desde 2021, a startup recebeu mais de R$ 3 milhões em investimentos.

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