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A Livance, healthtech de espaços, serviços e gestão de consultórios, recebeu R$ 65 milhões em uma rodada de investimentos liderada pela monashees. O investimento, que contou também com a participação dos já acionistas Cadonau Investimentos e Terracotta Ventures, tem como objetivo expandir sua rede física com novas unidades, aprimorar a tecnologia e avançar com a digitalização no setor de saúde.

Fundada em 2017 por Claudio Mifano, Gustavo Machado e Fábio Soccol, a Livance é uma plataforma criada para simplificar e desburocratizar a rotina de médicos e profissionais de saúde. A startup oferece uma rede de espaços físicos onde profissionais de mais de 70 especialidades podem realizar suas consultas, distribuídos por São Paulo, Campinas e no Rio de Janeiro.

Aliando a infraestrutura com tecnologia, a startup oferece aos médicos todo o suporte necessário, como site pessoal e um app para controle de agenda, pagamentos e recebimentos, além de disponibilizar acesso aos espaços de trabalho coletivo para criação de networking.

Atualmente, a companhia tem 14 unidades do espaço Livance, e espera expandir para 30 em até dois anos. “Gostamos de ser ousados, mas não queremos ir para todas as cidades ao mesmo tempo”, revela Claudio, CEO da healthtech, em conversa com o Startups. “O aporte nos permitirá expandir com novas unidades, e com isso oferecer cada vez mais mobilidade para os profissionais e seus pacientes. Aqueles que já estão conosco passam a ter acesso a novas regiões, e com a expansão mais médicos poderão se juntar à rede”, diz o executivo.

A startup também pretende evoluir a tecnologia da plataforma, levando ainda mais eficiência e automatização de jornada de ponta a ponta para reduzir custos e melhorar a experiência de especialistas e pacientes.

Livance
Gustavo Machado, Fábio Soccol e Claudio Mifano, fundadores da Livance (Foto: Divulgação)

Cultivando relacionamentos

O aporte chega pouco mais de dois anos depois da companhia levantar R$ 30 milhões com Astella Investimentos, Terracotta Ventures, Cadonau Investimentos, Green Rock e Mago Capital. Agora, com a chegada da monashees, a startup amplia sua rede de capital estratégico e intelectual, para além do financeiro. “A jornada de uma startup é de longo prazo e quando penso em um investidor, sei que não é só o dinheiro que conta”, afirma Claudio.

Segundo o executivo, os investidores da Livance são pessoas com quem a startup desenvolveu um relacionamento previamente, antes mesmo de pensar em uma captação. “Converso com a monashees desde 2018/2019. A gestora já nos acompanhava, olhava o que estava dando certo ou não e eu colhia os feedbacks. Com a Astella foi parecido: assim que decidi empreender me direcionaram para eles e pedia conselhos com frequência. O investimento tem que ser uma evolução natural da construção do relacionamento”, pontua.

O executivo sentiu bem a mudança de ventos no mercado de venture capital. A rodada anterior, realizada em junho de 2021, foi concluída em um momento de bonança e torneiras fartas de dinheiro. Já o cheque mais recente foi levantado em um período de ajustes no setor, com uma desaceleração dos investimentos e diminuição do volume de dinheiro captado. 

“Quando parece que está tudo incrível, na verdade não está tão fácil para todo mundo. Em 2021, não eram todas as empresas que estavam captando altas quantias de dinheiro. Naquela época, a gente vinha em uma trajetória positiva, mas outras empresas conseguiram crescer até mais do que nós. De forma semelhante, esse ano parece que está tudo muito ruim, mas isso não é necessariamente para todas as empresas. Atualmente, com o dinheiro está mais caro, mantivemos nossa consciência lá de trás”, destaca Claudio. 

Ele conta que a estratégia para captar em 2023 foi justamente cultivar os relacionamentos construídos nos anos anteriores. “O investidor não compra a foto, e sim o filme. É importante que ele já conheça você durante um tempo, tenha visto seus aprendizados e como você reage em momentos difíceis. Isso permite que ele entenda a consistência do negócio, o desenvolvimento da visão e também do próprio empreendedor. A estratégia é criar um relacionamento com um número relevante de investidores e manter a relação com uma certa cadência”, conclui.

De acordo com Caio Bolognesi, General Partner da monashees, a decisão para o investimento foi bastante estratégica considerando o cenário atual. “O setor de saúde passa por um momento onde a pressão de custos é alta. Modelos como os da Livance trazem benefícios para os profissionais de saúde e para o paciente de uma maneira mais eficiente, beneficiando o sistema. Os excelentes resultados obtidos até aqui confirmam que a Livance atende a necessidade de muitos desses profissionais e estamos muito confiantes que seguirão sendo uma referência no setor”, afirma, em nota.

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