
Passado o Hotmart Fire 2025, que se encerrou no último sábado (30/08), a impressão que fica da Hotmart é de que a empresa tem marcos importantes para celebrar. Da empresa que começou timidamente em Belo Horizonte em 2011 ao unicórnio de atuação global que é hoje, a Hotmart celebrou sua trajetória na 10º edição do evento. Ao mesmo tempo, a empresa apontou para onde pretende caminhar nos próximos anos – apostando tanto no digital (inteligência artificial), quanto no analógico (produtos físicos).
Conforme destaca Paulo Vendramini, Chief Product Officer (CPO) da Hotmart, a inteligência artificial tem se tornado o fio condutor para fazer da plataforma da empresa uma solução de ponta-a-ponta para os criadores de conteúdo publicarem e venderem seus conteúdos digitais.
“Nos últimos anos, investimos pesado para ‘colocar de pé’ todas as coisas necessárias para que todo criador de conteúdo possa se tornar empreendedor”, pontua o executivo, em conversa com o Startups durante o evento. De acordo com o executivo, a aplicação de IA nos sistemas de IA vai bem além do apoio na hora de criar infoprodutos, chegando principalmente na ponta das vendas.
Um dos principais anúncios feitos pela empresa durante o Hotmart Fire 2025 foi o lançamento de agentes de IA, automatizando tarefas de venda como ofertas de recompra, cobrança e recuperação de vendas abandonadas. Além disso, a empresa anunciou evoluções em sua ferramenta de tutor de IA, que tira em tempo real dúvidas dos usuários em relação aos conteúdos assistidos.
Segundo Paulo, os criadores que utilizam a Hotmart para vender e distribuir seus conteúdos estão consumindo avidamente as novas funcionalidades. “A melhor coisa que pode ter é cliente pedindo para usar o seu produto. Tem uma grande quantidade de pessoas se inscrevendo, esperando os lançamentos que estamos fazendo, querendo usá-los. E os resultados já estão aparecendo. Com agentes, já tem empreendedor aumentando suas conversões em 20%”, destaca.
O último marco divulgado pela Hotmart foi no fim do ano passado, quando bateu o total de US$ 10 bilhões em valores transacionados desde a sua fundação em 2011. De acordo com a empresa, cerca de 1 em cada 4 brasileiros já comprou um conteúdo na sua plataforma, que possui mais de 250 mil criadores cadastrados.
Entretanto, segundo destacou o cofundador e CEO JP Resende no palco do Fire, mesmo com todos os números expressivos, isso é apenas uma pequena parcela do potencial endereçável deste mercado, que deve chegar a mais de US$ 480 bilhões até 2027, conforme projeção do Goldman Sachs.
Bem além do digital
Um dos anúncios mais interessantes do Fire 2025 não foi sobre infoprodutos. Para a Hotmart, agora faz parte dos planos ajudar os criadores de conteúdo a vender produtos físicos. Expandindo em cima da estratégia que já tinha sido iniciada no ano passado, agora a companhia disponibilizou uma feature para criadores transformarem e-books em livros físicos.
Entretanto, segundo aponta Paulo, não se trata de apenas imprimir um arquivo digital. Com uma aplicação desenvolvida internamente e baseada em IA, é possível transformar PDFs em livros diagramados, com capas e resumos personalizados com apoio de inteligência artificial.
Criada em parceria com a gráfica online UICLAP, a plataforma oferece uma espécie de “print-on-demand”, em que criadores podem comercializar seus livros físicos em sua página da Hotmart e, quando tiverem um pedido, a impressão e envio do livro fica por conta da UICLAP, de forma automatizada.
De acordo com o CPO da Hotmart, a oferta de livros físicos é apenas o primeiro passo de uma estratégia maior, em que criadores poderão comercializar outros produtos físicos “on demand” dentro da plataforma, capitalizando em cima de suas marcas e não apenas vendendo infoprodutos.
“Queremos contribuir com uma relação de proximidade dos criadores com seu público, e isso é possível de diferentes formas, com um livro, uma caneca. O livro é nossa primeira experiência nesse modelo, mas o plano geral é dar ferramentas para que todo criador se torne empreendedor com sua marca, de expandir seu portfólio de produtos”, explica Paulo.
No ano passado, quando a companhia iniciou sua estratégia com produtos físicos, JP Resende destacou que essa frente guarda um potencial de faturamento do “tamanho de outra Hotmart“.
“Eu acredito que essa é uma oportunidade é que, em 5 ou até 10 anos pode ser extremamente relevante para a gente. Tô falando disso até se tornar metade da nossa receita, e mais adiante eventualmente superar produtos digitais”, disse JP, na ocasião.
*O jornalista viajou a Belo Horizonte a convite da Hotmart.