O Cubo Itaú, um dos principais hubs de inovação na América Latina, tem seus motivos para comemorar 2022, apesar do ano não ter sido fácil para o ecossistema. Segundo levantou o Cubo, as startups que fazem parte do hub registraram um faturamento de R$ 9,7 bilhões, além de aportes e investimentos que ultrapassam R$ 5 bilhões.
Segundo destacou o hub em nota, estes números representam um crescimento de 120% (referente ao faturamento) e 43% (no volume de aportes). Em termos de valores médios, houve um acréscimo de faturamento médio por startup de 72% na comparação entre 2021 e 2022. Para este ano, a projeção é que haja um incremento de 113%, passando de um faturamento médio por startup de R$ 3,1 milhões para R$ 6,6 milhões.
Para explicar a alta no faturamento, o CEO do Cubo Itaú, Paulo Costa, coloca na conta a baixa no cenário macroeconômico, assim como a diminuição de recursos para captação, o que fez startups reduzirem custos e seu cash burn. “Acho que as startups ficaram mais fortes e voltaram a olhar para os aspectos mais importantes para qualquer empresa, que é a parte financeira”, revela Paulo Costa.
Entre os destaques nas captações, o Cubo citou a Carbonext, startup de APIs que dão suporte ao mercado de créditos de carbono, que recebeu um investimento de US$ 40 milhões (cerca de R$ 200 milhões) da Shell Brasil. A destinação dos recursos é o investimento em tecnologia para ajudar no desenvolvimento e acompanhamento dos projetos de preservação florestal e também possibilitar a criação de novas fronteiras de negócios para a empresa, como bioeconomia e reflorestamento na Floresta Amazônica.
“Números como esses reforçam o valor da nossa curadoria, que resulta em conexões de qualidade para a geração de negócios, fomentando os empreendedores tecnológicos”, conta Paulo Costa. Hoje o Cubo conta com cerca de 300 startups em seu ecossistema.
Apesar de desafiador, dada a desaceleração de investimentos percebida no ano passado, o Cubo relatou que as startups da comunidade tiveram um aumento de 50% nos aportes recebidos em relação a 2021, ficando, em média com um ticket de R$ 3,5 milhões. A expectativa é que este valor chegue a R$ 7,6 milhões este ano, um acréscimo de 154%.
Essa expectativa de reaquecimento a partir de 2023 é explicada pelo CEO do Cubo, apontando que os fundos brasileiros captaram muito e têm quase R$ 50 bilhões para serem investidos pelo menos nos primeiros quatro ou cinco anos. “Considerando que eles captaram bastante no ano passado e têm esse dinheiro disponível já por um ano, se 2023 não for muito bom, os seguintes terão um aumento significativo que pode voltar ao patamar de 2021”, finaliza.
Leandro Miguel Souza é jornalista especializado na área de TI, cobrindo pautas de tecnologia, negócios e inovação há mais de 10 anos, em passagens por diversos veículos do segmento, como Baguete Diário, Canaltech e Manual do Usuário. Um apaixonado por formas inusitadas e (por quê não?) inovadoras de criar conteúdos, contando com uma pós-graduação em Jornalismo Multimídias.