Nesta segunda-feira (29), foi aprovado pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), a proposta do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA). Ele foi entregue na terça-feira (30), durante a abertura da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“O presidente pediu este plano em março deste ano e pediu que a gente apresentasse na Conferência”, explicou a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos que presidiu a reunião.
A representante do MCTI destacou que durante quatro meses foi feito um esforço de elaboração para a construção do plano. “Foi um processo muito participativo, com mais de 300 pessoas, muitas oficinas, conversas bilaterais com a iniciativa privada, especialistas, sociedade civil organizada, procurando fazer uma sinergia do ecossistema na direção de cuidar para que o Brasil possa garantir sua autonomia, sua soberania”, ressaltou a ministra.
O plano aprovado tem entre os objetivos equipar o Brasil com infraestrutura tecnológica avançada com alta capacidade de processamento, incluindo um dos cinco supercomputadores mais potentes do mundo, alimentada por energias renováveis; desenvolver modelos avançados de linguagem em português, com dados nacionais que abarcam nossas características culturais, sociais e linguísticas, para fortalecer a soberania em IA e promover a liderança global do Brasil em IA por meio do desenvolvimento tecnológico nacional e ações estratégicas de colaboração internacional.
“Este é um debate estratégico e que impacta diretamente no mundo e no Brasil as cadeias econômicas porque ao mesmo tempo que a inteligência artificial tem riscos, ela traz muitas oportunidades”, concluiu a ministra.
As recomendações da proposta do Plano estão divididas em cinco eixos, com destaque para a Infraestrutura e Desenvolvimento de IA, e a Inteligência Artificial para a melhoria do Serviço Público e para a Inovação Empresarial.
Um exemplo de ação é o investimento em um supercomputador para o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), que possa atender a demanda de pesquisas na área, tanto pelos centros de pesquisa, como pela iniciativa privada.
Também estavam presentes no evento o ministro da Casa Civil, Rui Costa, a ministro do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Mariana Silva, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro e o ministro substituto do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Márcio Fernando Elias Rosa.
“Esse esforço coletivo busca responder o desafio do presidente Lula [de elaboração do Plano] em diversas áreas informações sobre a inteligência artificial”, disse o ministro da Casa Civil, Rui Costa.
O ministro também destacou que atualmente a divisão social do trabalho internacional se dá a partir da propensão do desenvolvimento tecnológico. “Um país que queira estar entre os primeiros lugares e garantir o bem-estar para o seu povo não pode abrir mão disso”, comentou.
Ao fim da reunião, o secretário-executivo do MCTI, Luis Fernandes fez uma avaliação positiva da reunião do Conselho e do Plano que será entregue ao presidente. “Houve um endosso entusiasmado do que foi apresentado, porque nós conseguimos conceber um plano que é simultaneamente audacioso, robusto, responsável e realista ao mesmo tempo”, avaliou.
Fernandes também ressaltou o esforço para a construção da proposta do PBIA que foi realizado num curto espaço de tempo. “Chegamos agora, em julho, com a elaboração desse plano de forma participativa, com todos reconhecendo a solidez da proposta desse tema que é crucial para o desenvolvimento do Brasil”, disse.
Por fim, o secretário-executivo do MCTI, enfatizou que o país está na direção correta se comparado aos países que estão investindo em IA. “Aprovamos hoje a proposta do PBIA, e isso será apresentado ao presidente Lula que dará desdobramentos a esse plano para robustecê-lo ainda mais para que se torne um plano do governo brasileiro”, finalizou.