As empresas já se deram conta da importância de se investir no uso de inteligência artificial, no entanto, grande parte não faz ideia por onde começar. E é esse público que Gustavo Reis, ex-sócio diretor da TradeMap, quer abocanhar com sua nova startup. A Findor chega ao mercado para transformar o relacionamento das empresas com seus clientes por meio de uma IA mais humanizada e transacional, impulsionando conversões.
O bichinho do empreendedorismo picou Gustavo no ano passado, quando decidiu que era o momento de sair da zona de conforto e fazer parte do mercado de IA. Passou 2023 estudando o que iria criar e, no fim do ano, vendeu sua participação na TradeMap, hub de investimentos onde atuou por cinco anos, para se dedicar de vez ao novo negócio.
“Falando com parceiros, corretoras, principalmente no mercado financeiro, que é onde eu estava inserido, e alguns bancos digitais, ficou claro que as empresas estão muito perdidas quando o assunto é IA. Elas sabem que precisam usar, mas não para o quê, efetivamente”, comentou Gustavo, em conversa com o Startups. Segundo ele, foram três meses em sua casa programando, entendendo o mercado e a dor das empresas, para, em janeiro deste ano, lançar sua solução.
Gustavo desenvolveu um framework proprietário que permite criar personagens de IA, ou como ele diz, funcionários digitais, que fazem negócios através de conversas. Ao contrário de um chatbot, que é determinístico nas respostas, a plataforma da Findor permite criar, gerenciar e treinar personagens de IA para uma interação menos automatizada, com habilidades conversacionais.
Tais personagens, que ficam prontos em 15 minutos, ganham habilidades personalizadas pelo próprio cliente, sendo capazes de qualificar clientes, agendar reuniões, personalizar e enviar propostas em PDF, além de gerenciar pagamentos. As empresas conseguem, em uma única plataforma, controlar todas as interações dos seus personagens. A solução se integra a diversos canais, como WhatsApp, Telegram, APIs, widgets de web, Facebook/Instagram e sistemas de CRM como HubSpot e Salesforce.
Facilitando o trabalho de um SDR
Em seis meses de operação, a Findor conta com 10 personagens, que se traduzem em 10 clientes – o foco são grandes empresas. Segundo Gustavo, as criações digitais atendem principalmente às posições de SDR (profissional de vendas), além de atendimento e recrutamento.
No caso de um SDR, o vendedor, geralmente de um serviço consultivo, num escritório de investimento, que é o assessor, ele tenta qualificar os leads que chegam. Só que um dos principais desafios desse profissional é qualificar a quantidade enorme de leads, enquanto responde às questões de seus clientes, marca reuniões, entre outras atividades ao mesmo tempo.
“Os SDRs recebem, todo mês, no marketing, um caminhão de leads e ficam tentando falar no WhatsApp, procurar, caçar, ver quem responde. Então, empresas que querem escalar, às vezes, barram nessas funções de SDR, com dificuldade para contratar e treinar a tempo. E aí, é que a gente está ganhando muito espaço e está conseguindo crescer automatizando essas funções, para que o SDR consiga atender muito mais leads por mês com muito mais qualidade”, afirma Gustavo.
Para os próximos seis meses, quando completar um ano de operação, a Findor espera que seus personagens cheguem a 1 milhão de conversas por mês, o que daria 5 mil por empresa e uma base de 200 grandes empresas.
“Esse é um número que vai dar muita credibilidade pra gente sustentar a operação e ocupar essa cadeira de referência de inteligência artificial nas empresas. Nossa grande meta qualitativa é preencher esse vazio no mercado de como colocar a IA no meu processo, no meu negócio”, finaliza.