Investimentos de VC em SaaS sobem 70% puxados por IA
O volume de investimentos de venture capital em startups de Software as a Service (SaaS) aumentou 70% no segundo trimestre deste ano, em relação aos três primeiros meses, ficando em US$ 21,9 bilhões, segundo informações do PitchBook. Na comparação com o segundo trimestre de 2023, a alta foi de 40%. O destaque foi para startups de inteligência artificial (IA), como a xAI, de Elon Musk, que levantou US$ 6 bilhões em maio.
De acordo com o Enterprise Saas Report, foram registrados 713 deals no período, uma queda de 2% em relação ao trimestre anterior, e de 11% na base anual, o que indica que o valor das rodadas tem sido mais alto.
O relatório destaca que, mesmo desconsiderando a rodada da xAI, esse foi o melhor trimestre em termos de volume desde o primeiro trimestre de 2023, quando também foram realizadas mega rodadas como as da OpenAI (US$ 10 bilhões) e a da Stripe (US$ 6,5 bilhões).
“Esta é uma recuperação impressionante, uma vez que o trimestre anterior representou o trimestre mais fraco para as rodadas de venture capital desde o choque da pandemia de Covid-19 no segundo trimestre de 2020. O forte desempenho deste trimestre reforça a nossa expectativa anterior de que novas e dinâmicas tecnologias continuariam a criar oportunidades para potenciais disrupções do SaaS tradicional”, aponta Derek Hernandez, analista sênior do PitchBook no relatório.
Além da mega rodada da xAI, chamou a atenção também a captação de US$ 1 bilhão pela startup britânica Wayve, em uma rodada Série C liderada pelo Softbank e com participação de Nvidia e Microsoft. A empresa está desenvolvendo um software para direção autônoma baseado em IA. Recentemente, a Uber informou que também vai investir na empresa.
Emotion AI
Uma das tendências apontadas pelo PitchBook para o mercado de SaaS são as tecnologias de “Emotion AI”. Ou seja, softwares e sistemas que detectam, interpretam e respondem a emoções humanas combinando psicologia e IA, por meio de processamento de linguagem natural textual (PNL), reconhecimento facial, análise auditiva e outros monitoramentos de sinais fisiológicos.
“A Emotion AI busca alcançar e superar a interpretação emocional no nível humano por meio da análise de cada um desses canais. Isso permite que a tecnologia ofereça um suporte mais personalizado e emocional para as interações conscientes entre humanos e máquinas, bem como apoiar as interações entre seres humanos, fornecendo insights e recomendações em tempo real para ajudar na produtividade
das interações”, aponta o relatório.
Jornalista com 10 anos de experiência em cobertura de Economia e mercado financeiro com passagens por O Globo e Extra, no Rio de Janeiro, e colaborações para UOL e E-Investidor. Fellow no programa Journalists in Residence da Universidade de Chicago em 2022.