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Vamos admitir: para o bem ou para o mal, a vanguarda da inteligência artificial está se concentrando na mão de poucos players. Em suma, de um lado está a poderosa OpenAI, bancada pela ainda mais poderosa Microsoft, e do outro Google e Amazon investindo pesado na Anthropic, startup formada por ex-funcionários da OpenAI. E as outras empresas de tecnologia, onde ficam? Bem, Meta e IBM estão se movimentando para responder a esta pergunta, e se juntaram a mais de 40 players do setor para uma aliança própria de desenvolvimento em IA.

Nesta terça-feira (05), a Meta anunciou a chamada AI Alliance. Juntamente com a companhia de Mark Zuckerberg, estão a IBM, uma das mais tradicionais empresas de TI do mercado, e outros nomes grandes como Oracle, AMD e Intel, assim como players emergentes de IA como a Stability e universidades de ponta como Berkeley, Tokyo e Imperial College. Juntos, eles criaram um grupo industrial voltado ao trabalho de inteligência artificial em código aberto – algo inédito no playbook da Meta.

Segundo destacaram as organizações em comunicado, a aliança tem o plano de utilizar colaborações pré-existentes para “identificar oportunidades que desenvolvam recursos abertos de IA que atendam às necessidades das empresas e da sociedade de forma igual e responsável”.

Os membros da AI Alliance formarão primeiro grupos de trabalho, um conselho de administração e um comitê de supervisão técnica dedicados ao avanço de áreas como métricas de “confiança e validação” de IA, hardware e infraestrutura que apoiam a formação em IA e modelos e estruturas de IA de código aberto.

“Isso contrasta com uma visão que visa relegar a inovação e a criação de valor da IA a um pequeno número de empresas com uma visão fechada e proprietária para a indústria de IA”, completaram as companhias em seu comunicado à imprensa.

Provocação

A última fala parece ter endereço certo, segundo afirmam diversos analistas de mercado. Tanto Google, OpenAI e Microsoft tem criticado a abordagem aberta da Meta com sua plataforma de IA – a Llama – que tem sido a escolha preferida de muitos desenvolvedores que estão empregando IA para fazer aplicações maliciosas. Por outro lado, o Llama também deu a possibilidade de desenvolvedores criarem aplicações úteis, com a facilidade do open source.

“A plataforma que vencerá será a aberta”, disse Yann LeCun, cientista-chefe de IA da Meta, em entrevista recente ao New York Times – e que está entre os mais de 70 signatários influentes de uma carta publicada no mês passado, pedindo mais abertura no desenvolvimento de IA.

A fala de Yann encontra respaldo no sucesso da Stability AI, cujo gerador de imagens de código aberto baseado em IA, Stable Diffusion, lançado em agosto passado, é agora responsável por 80% de todas as imagens geradas por IA.

Já no caso da outra empresa puxando a frente, a IBM, analistas acreditam que é uma tentativa de adquirir mais relevância, especialmente no meio corporativo, para a sua plataforma de IA generativa – lembra do Watson?

Entretanto, a ausência de nomes poderosos do momento como Anthropic, OpenAI e Cohere dão sinais de como essa nova aliança pode ter contornos claros de competição com o status quo da AI atual. “As mesmas diferenças filosóficas que mantiveram o Google e a Microsoft afastados provavelmente estavam em jogo; Aposto que não é por acaso que Anthropic e Cohere têm relativamente poucos projetos de IA de código aberto em seus nomes”, afirmou o analista Kyle Wiggers, do TechCrunch.

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