fbpx
Compartilhe

A Koin, fintech do grupo Decolar especializada em soluções de Buy Now Pay Later (BNPL), captou R$ 36,6 milhões por meio de um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC). O anúncio chega em um momento importante para a startup, que após atingir o breakeven em 2023, se prepara para uma nova fase de expansão na América Latina.

Segundo Daniel Lozano García, CFO da Koin, os recursos serão utilizados para incrementar a área de antecipação de recebíveis de lojistas para reforçar o acesso ao crédito para compras online relacionadas ao serviço de turismo, além de outros segmentos como educação, home decor e esporte e lazer. “Por meio do BNPL, vamos ampliar a base de consumidores que acessam crédito para consumo, permitindo que eles comprem produtos ou serviços online e paguem depois, de forma parcelada”, afirma o executivo, em conversa com o Startups.

A fintech atua em toda a América Latina e conta com um time de mais de 350 pessoas distribuídas entre Brasil, México, Argentina, Colômbia e Uruguai. A empresa vem ampliando portfólio com soluções financeiras para B2B e B2C – hoje, além do pagamento com pix e boleto parcelados, ela conta com um marketplace de produtos variados (o Akin Shop) e sistema antifraude. Um dos objetivos para 2024 é, inclusive, aumentar a oferta de serviços antifraude por toda a região.

A captação via FIDC é estratégica frente ao cenário macroeconômico ainda turbulento. “Olhando para o momento da Koin e do mercado de venture capital, consideramos que essa seria a melhor forma de captar. O mundo todo foi impactado pelas altas taxas de juros, dificuldades financeiras para as empresas no geral e pelo aumento do endividamento de famílias e organizações. Nesse contexto, o FIDC é um instrumento que traz diversas vantagens como a supervisão pela CVM e uma boa independência para prestadores de serviços envolvidos nessa estrutura, e foi a melhor opção para a Koin“, pontua Daniel.

Nessa operação, a Koin é originária dos direitos creditórios e exerce a função de agente de cobrança do fundo, com o objetivo de prover financiamentos dentro do BNPL (com recebíveis não provenientes de cartão de crédito). A operação foi estruturada e distribuída pelo banco Itaú.

Daniel Lozano, CFO da Koin
Daniel Lozano, CFO da Koin (Foto: Divulgação)

Alçando novos voos 

O BNPL tem sido um assunto quente para startups e investidores, e pesquisas indicam o cenário como bastante promissor para os próximos anos. O valor de transações feitas com essa modalidade de pagamento em 2021 atingiram um total de US$ 120 bilhões em todo o mundo – o dobro do alcançado em 2020, de acordo com um levantamento da GlobalData. E mais: a expectativa é que o volume chegue a US$ 576 bilhões em 2026.

Nesse contexto, a Koin vem apostando em alguns elementos-chave para se destacar em meio a este mercado em crescimento e cada vez mais competitivo.

“Somos especialistas em crédito para consumo no Brasil, e já fazemos isso há mais de 10 anos com foco no parcelamento via boleto e pix. Além da nossa experiência, temos uma solução bastante robusta que permite oferecer parcelamentos com ou sem juros dependendo do lojista e do produto, além de operar em todos os canais de venda, incluindo e-commerce, loja física ou televendas”, destaca Lucas Gonzáles, CPO da Koin. Ele ressalta que a fintech tem uma visão 360º do cliente, oferecendo liberdade para parcelar as compras do jeito que quiser e onde preferir, com segurança e sem burocracia.

Em 2023, o foco da Koin foi se tornar um negócio sustentável. “Mantivemos o volume de 2022, mas passamos de uma empresa com resultados negativos para uma com resultados positivos. Chegamos ao breakeven no fim do ano e queremos continuar assim, para que a gente não dependa de rodadas de investimento para crescer e manter a operação”, afirma o executivo.

Para 2024, o objetivo é manter o crescimento sustentável ao longo de todo o ano. Sem abrir números específicos, Lucas revela que a meta é duplicar a quantidade de transações do Pix Parcelado, a partir de um esforço para melhorar a experiência e a proposta de valor da plataforma e atrair novos lojistas. Fora do Brasil, há um trabalho importante a ser feito no segmento antifraude, triplicando o valor de receita dessa vertical de negócios em países como México, Peru, Colômbia e Argentina, a partir de um investimento na área comercial.

LEIA MAIS