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A semana começa agitada para a nuvini, holding de empresas de software as a service em nuvem. A companhia acaba de anunciar que fechou o contrato de combinação de negócios com a Mercato Partners, um SPAC listado na Nasdaq. A expectativa é que a companhia faça sua estreia na bolsa de valores norte-americana ainda no 1º semestre, sob o nome Nuvini Group.

A assintaura do contrato já era aguardada. Em janeiro de 2023, a nuvini assinou uma carta de intenção para se unir à Mercato Partners. Agora, a empresa criada por Pierre Schurmann está oficialmente com as portas abertas para acessar o mercado de ações públicas. Segundo o empreendedor, a decisão de IPO nos Estados Unidos envolveu alguns fatores.

“O mercado brasileiro está fechado – nos EUA está titubeando. Além disso, não existe uma empresa como a nuvini no Brasil e é difícil quando não há referências para mostrar aos investidores que será um bom negócio”, explica Pierre, em entrevista ao Startups. Ele ressalta que a listagem levará a empresa para um outro patamar em termos de visibilidade. “Até então, o que fazíamos era visível no Brasil. A partir do momento que estamos na Nasdaq, nossos movimentos e a nossa evolução terão uma audiência bem maior, que inclui os investidores globais e norte-americanos”, pontua.

Pierre seguirá como CEO da empresa listada mesmo após o fechamento da fusão entre nuvini e Mercato Partners. A empresa combinada terá um valor de aproximadamente R$ 1,6 bilhão (US$ 312 milhões). Além disso, a união prevê fornecer aproximadamente US$ 43,4 milhões adicionais através do capital do SPAC. 

O que está por trás

O movimento faz parte do plano de crescimento de M&As da nuvini, que pretende aumentar seu portfólio de empresas SaaS B2B. “A nuvini gera caixa, é rentável e cresce. Os recursos captados com o IPO serão 100% utilizados para fazer novas aquisições”, afirma Pierre.

O foco é adquirir negócios lucrativos, com faturamento entre R$ 10 milhões e R$ 30 milhões, que tenham modelo de negócios consolidado, receita recorrente, geração de caixa positiva e relevante potencial de crescimento. O fundador da empresa afirma já ter um pipeline formado. “Somos agnósticos em relação ao setor. Mas não temos olhado para as fintechs, que estão em um momento super aquecido”, pontua.

Em dezembro de 2022, a nuvini anunciou Walter Leandro Marques como vice-presidente de M&A. Essa é a 1ª vez que um executivo assume a função, que antes era liderada pelo fundador da holding. Na época, Walter contou ao Startups que a nuvini buscava as empresas que estão fora do radar de outras companhias. “A gente trabalha para achar melhores margens. Se entra em mar vermelho, ou muito competitivo, somos nivelados para baixo”, disse. Ele contou que em 2023, o objetivo é incorporar pelo menos mais 3 negócios ao grupo.

O ano mal começou, e a holding já colocou a máquina para rodar. Há pouco mais de um mês, a companhia comprou a SmartNX, sua 7ª aquisição. A startup  desenvolve soluções para conectar empresas e consumidores por meio de uma plataforma omnicanal – ou, como ela chama, CX as a Service. Além dela, o portfólio da nuvini inclui as marcas leadlovers, Ipê Digital, Effecti, Datahub, Onclick e Mercos.

Parceiro relevante

O SPAC Mercato Partners foi lançado em 2021, durante o boom da criação de empresas de cheque em branco nos EUA, e estava às vésperas de concluir seu prazo legal de 2 anos para concretizar uma operação, quando anunciou o acordo com a Nuvini. “A fusão foi pensada para que pudéssemos acessar o mercado de capitais. A Mercato Partners é um investidor em tecnologia há mais de 15 anos e uma das melhores em performance do investimento. Além disso, a companhia atua com empresas de software e growth. Tem experiência e um histórico operacional bem relevante, que agrega valor para nós, muitos mais do que a grana”, diz Pierre.

A nuvini e o Grupo nuvini foram assessorados por Mayer Brown LLP como seu consultor jurídico nos Estados Unidos; Tauil & Chequer Advogados, afiliado de Mayer Brown LLP, como advogado brasileiro; e Carey Olsen Cayman Limited, como consultor jurídico de Cayman. O Maxim Group LLC atuou como único consultor financeiro da Mercato em conexão com a combinação de negócios. A Mercato foi assessorada pela Latham & Watkins LLP e atuou como consultora jurídica nos Estados Unidos; Machado Meyer Advogados como seu consultor jurídico brasileiro.

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