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Não faz muito tempo que a Vice Media era considerada um dos grupos de mídia mais promissores do mundo. Em 2017, ela era a cara do novo modelo dos conglomerados de mídia, ocupando o espaço digital e atraindo o público jovem e “descolado” via site e redes sociais, o que fez a empresa chegar a valer US$ 5,7 bilhões naquele ano. Entretanto, as coisas mudaram rápido para a Vice, culminando em um triste 2023, com a venda da empresa por parcos US$ 350 milhões.

A venda vem no rastro do pedido de recuperação judicial (chapter 11) que a Vice encaminhou em junho. A empresa foi comprada por um grupo de credores liderados pela Fortress Investmment Group, com a participação da Monroe Capital e o Soros Fund, do investidor George Soros. Segundo apurou a AFP, os credores tinham inicialmente oferecido ainda menos – US$ 225 milhões – pela compra, mas acabaram fechando em um valor maior.

“Estamos fornecendo esta atualização em tempo real para informar a intenção da empresa de avançar com esta venda”, escreveram os co-CEOs da Vice, Bruce Dixon e Hozefa Lokhandwala em memorando aos funcionários enviado no fim da semana passada. “Ainda não foi finalizado pelo tribunal, mas assim que for, será um marco importante no caminho para a saúde e estabilidade financeira de longo prazo para a VMG. Sob nova propriedade, esperamos um novo capítulo na história do VMG (Vice Media Group), com foco e compromisso renovados em criar conteúdo de classe mundial para audiências e parceiros”, completaram.

Cenário desafiador

O acordo de aquisição é o mais recente em um período tumultuado para a Vice Media, que já foi considerada um dos veículos exemplo quando se falava do futuro da grande mídia, estendendo seus “tentáculos” do digital (sites, rede sociais), até programas de TV e produções cinematográficas. Entretanto, nos últimos anos, a Vice falhou em atender às altas expectativas que ela – e a indústria – estabeleceram para a empresa.

O valor de US$ 350 milhões representa apenas 5% da avaliação da empresa em 2017, quando valia US$ 5,7 bilhões. Entretanto, com o passar dos anos, muitas startups de mídia digital como a Vice não conseguiram converter o entusiasmo criado por suas marcas para a receita que os investidores haviam projetado.

Uma desaceleração no mercado de publicidade online e o recente aperto nas condições de crédito tornaram a situação cada vez mais desafiadora para empresas de mídia relativamente jovens, como a Vice. Outro exemplo dessa “ducha de água fria” na tal nova mídia se deu com o BuzzFeed, outro ex-líder no espaço de mídia digital, que anunciou em abril o fechamento de divisões e a demissão de 180 funcionários. A saída? Contratar o ChatGPT.

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