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Após valer US$ 12B, indiana Oyo toma downround de 70%

Rodada chega após IPO ser engavetado pela proptech, que tem investidores como SoftBank, Lightspeed e Airbnb

Oyo
Oyo. Foto: divulgação

A proptech indiana Oyo estava desde 2021 preparada para fazer seu IPO, a um valuation de US$ 12 bilhões. Em 2019, após reunir investidores como SoftBank e outros grandes, ela valia US$ 10 bilhões. Entretanto, em 2024 o cenário é outro para a Oyo, e para uma nova rodada a companhia baixou seu valor de mercado para meros US$ 2,5 bilhões.

Segundo reporta o TechCrunch, a companhia aceitou o corte pesado em seu valor de mercado para fechar uma captação de US$ 100 milhões a US$ 125 milhões. Segundo fontes, a companhia passou o último ano tendo grandes dificuldades em se recapitalizar, e partiu para uma ofensiva ainda maior nos últimos meses, disposta a reduzir mais seu valuation.

“Sentimos genuinamente que esse ativo faz muito sentido hoje. Sendo rentável e com desconto de 70% em relação à avaliação anterior. Listagem esperada em 18 a 24 meses”, disse um representante da InCred, uma empresa financeira que trabalha com a Oyo, em um pitch para um possível investidor.

A nova captação vem no rastro do engavetamento de um plano de IPO que a companhia fez no mês passado. A startup, que conta com SoftBank, Peak XV Ventures, Lightspeed e Microsoft entre seus investidores, e já captou mais US$ 3 bilhões com investidores privados, retirou seu pedido de IPO na bolsa indiana duas vezes nos últimos quatro anos.

Operação da Oyo

Um dos maiores expoentes do ecossistema de startups indianas nos últimos anos, a Oyo se destacou com uma espécie de sistema operacional para ajudar os hoteleiros a aceitar reservas e pagamentos digitais, o que inclusive chamou a atenção do Airbnb, que também investiu no negócio.

A startup já esteve operacional em dezenas de mercados, incluindo os EUA e a Europa, mas desde então restringiu a sua atuação internacional.

No Brasil, a Oyo tentou uma operação em 2019, chegando de forma agressiva, com mais de 1,5 mil funcionários. Entretanto, menos de dois anos depois a companhia desistiu seus planos, alegando os efeitos da pandemia como razões para a decisão. Desde então, a companhia continuou com um site para atender clientes brasileiros e latino-americanos, mas gerido pela empresa de sua sede na Índia.

Apesar das reduções em escopo, ela anotou um lucro líquido de US$ 12 milhões no ano fiscal encerrado em março, de acordo com o fundador e executivo-chefe Ritesh Agarwal.

O caso da Oyo remete a outra startup indiana que também andou enfrentando uma redução violenta no seu valuation. Entretanto, no caso da Byju’s, a situação foi ainda mais grave. A edtech indiana, que já viveu momentos de glória como a maior edtech do mundo, avaliada em US$ 22 bilhões, e em fevereiro perdeu 99% de seu valuation, recebeu em junho o valuation de zero.