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Uma das mais notórias startups a remar contra a maré em um cenário de baixa do mercado de investimentos, a Databricks, startup de data analytics e inteligência artificial, continua acelerando. Cerca de um mês após levantar uma rodada série I de mais de US$ 500 milhões, que avaliou a companhia em US$ 43 bilhões, a startup anunciou agora a aquisição da deep tech californiana Arcion.

Segundo o TechCrunch, a Databricks pagou US$ 100 milhões pela Arcion, deep tech especializada em soluções de replicação de dados, tecnologia que cai como uma luva para o que a Databricks oferece. Antes, clientes que utilizavam a ferramenta de data lakehouse da startup precisavam de uma solução externa para copiar e migrar dados. Com a Arcion, agora a companhia terá uma solução própria para isso.

“Esta aquisição permitirá que a Databricks forneça nativamente uma solução escalonável, fácil de usar e econômica para ingerir dados de várias fontes de dados corporativos”, afirmou a empresa em comunicado. “Arcion fornecerá a eles (clientes) recursos nativos para inserir esses dados perfeitamente no Databricks. Isso remove muitos atritos que existem hoje na jornada Data + AI que as organizações precisam percorrer”, completou o cofundador e CEO da Databricks, Ali Ghodsi, ao TechCrunch.

As duas companhias já tinham algumas sinergia há algum tempo, com a Arcion fornecendo à Databricks cerca de 20 conectores para bancos de dados como Oracle, PostgreSQL, Redis, SAP, Salesforce e Snowflake. Desde a sua fundação em 2018, a Arcion levantou cerca de US$ 18 milhões em rodadas.

Aliás, em sua rodada série A, a própria Databricks, por meio de seu braço Databricks Ventures, injetou capital na startup. Quem também está no corpo de investidores da adquirida é a Bossanova, que entrou em rodada pré-seed em 2021. De acordo com o PitchBook, a Arcion foi avaliada em US$ 65 milhões em fevereiro de 2022. Com o valor final de venda, os investidores ganharam US$ 35 milhões em prêmio, um ganho de 54% sobre o valuation da série A.

Já quem entrou nas rodadas semente tem mais motivos para sorrir. Eles compraram suas participações a uma avaliação de aproximadamente US$ 12 milhões, e o negócio representa um bom retorno de 8x em menos de três anos. Nada mal.

Aproveitando o bom momento, a Databricks vem numa sequência de aquisições, especialmente no aquecido segmento de inteligência artificial. Em março, a empresa lançou seu modelo de linguagem de código aberto chamado Dolly. Em maio, a empresa continuou sua ênfase em IA, adquirindo a plataforma de governança de dados focada em IA, Okera.

Em junho, a empresa anunciou que estava comprando o concorrente da OpenAI, MosaicML, por US$ 1,3 bilhão, indicando que levava a sério estar no centro do crescente mercado de IA. Apesar da Arcion ter custado bem menos, e não seja uma empresa com o core em IA, a compra cumpre um papel importante na parte de alimentação de dados, o que pode render frutos na estratégia geral.

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