Nos últimos meses, um dos assuntos que não sai de evidência é a ascensão de sistemas de inteligência artificial e sua utilização em serviços como motores de busca online. Tanto que marcas como a Microsoft (com a OpenAI) e Google (com a Anthropic), estão investindo pesado para não perderem o jogo.
Entretanto, a You.com está discretamente fazendo os seus movimentos para se posicionar como uma “terceira via” nesta corrida – e ela também tem investidores de peso por trás. A companhia, fundada no Vale do Silício, recebeu no segundo semestre do ano passado US$ 25 milhões, em uma rodada liderada pela Radical Ventures com participação de ninguém menos que Marc Benioff, o CEO da Salesforce, por meio de seu fundo Time Ventures.
A ligação com a gigante do CRM não é de agora, a startup foi fundada por Richard Socher, que já foi cientista chefe de dados na Salesforce e saiu da companhia em 2020 para fundar a You. Segundo destacou o empreendedor ao Techcrunch, o motor da You.com usa IA para entender as consultas de pesquisa, classificar os resultados e analisar as consultas em diferentes idiomas (incluindo linguagens de programação).
Para mostrar como a You.com tem planos de se colocar à frente de outros nomes badalados, a empresa anunciou o lançamento de uma plataforma multimodal para responder às buscas dos usuários. O que isso quer dizer? Segundo a startup, isso permitirá à AI responder perguntas ou cumprir demandas sem utilizar somente o texto, podendo lançar mão de imagens ou gráficos para ilustrar suas descobertas.
“Em vez de inventar um monte de números, o que qualquer outro modelo de linguagem faria, vamos apenas mostrar nosso aplicativo ali mesmo dentro da conversa”, disse Socher ao TechCrunch.
Medo de ser copiado
Ao falar de como a You.com oferece perigo às empresas mais badaladas como a OpenAI, o dono da companhia não revela o seu “molho especial” por trás da tecnologia, mas afirma que várias companhias estão tentando copiar o que sua companhia está fazendo.
Bravateiro ou não, Richard Socher afirma que sua companhia está crescendo sua base de usuários a um ritmo de dois dígitos todos os meses. Segundo ele, ainda não é um número na casa dos milhões de usuários, como seus rivais Google ou Microsoft, mas ele não tem pressa de chegar lá.
“É certamente um espaço difícil para competir, com certeza, e você precisa construir algo que seja único e diferente, mas ao mesmo tempo bom o suficiente para capturar a maioria das coisas que as pessoas desejam atualmente em seu mecanismo de pesquisa. Não precisamos ganhar US$ 500 milhões por dia. Não temos essa pressão agora como uma startup. Mas vamos pensar na monetização este ano e vamos tentar explorar outros caminhos”, disse o CEO ao TC.