Um dos fundos globais que mais assinou cheques nos últimos anos, a Tiger Global está mudando radicalmente a sua estratégia. O plano agora é vender, liquidando participações em startups de mid e late stage que a companhia tem em seu portfólio.
Segundo apurou o Pitchbook junto a fontes ligadas ao fundo norte-americano, a gestora chegou a contratar a firma de consultoria Evercore para apoiar na venda e trazer maior liquidez para sua operações. Procurado pelo site norte-americano, nem a Tiger Global ou a Evercore comentaram sobre o assunto.
A estratégia da Tiger Global – venda de ativos via general partners – é algo relativamente novo no mercado de venture capital – isso é algo mais visto quando companhias de private equity desejam liquidar posições, e acabam chamando empresas como a Evercore.
Segundo analistas, a venda de participações via canais secundários através GPs deve ajudar a Tiger Global a devolver liquidez para seus investidores, já que exits via IPOs ou M&As são opções bem pouco viáveis no atual clima do mercado.
“Nesse tipo de venda, os GPs vendem uma parte ou uma porcentagem dos ativos subjacentes, enquanto ainda retêm alguma vantagem futura nas participações remanescentes”, explica um analista de mercado.
Olhando para os números em 2022, a preocupação da Tiger Global faz todo o sentido. A companhia teve uma queda de 56% em seu hedge fund e 67% no seu fundo long-only. Para recuperar o dinheiro de parceiros perdido nesse período e em 2021, os fundos precisariam ganhar pelo menos 144% e 216%, respectivamente.
A Tiger, que administra mais de US$ 50 bilhões, está comercializando ativos no valor de centenas de milhões de dólares. Na carteira da gestora estão nomes quentes como Revolut, Brex (ambos unicórnios que receberam megarodadas do fundo), e nomes brasileiros como a Swap e Zippi. A estrutura e o tamanho da transação ainda podem mudar dependendo do interesse do comprador.
O acordo provavelmente passará por várias iterações e ajustes, tanto no mix de ativos quanto no preço, disse uma das pessoas. Os ativos finais provavelmente incluirão participações em empresas de vários fundos, acrescentou o analista.