A Smartsheet, empresa de soluções de colaboração e produtividade no trabalho, vai fechar o seu capital, após firmar um acordo no valor de US$ 8,4 bilhões com os fundos privados Vista Equity Partners e Blackstone.
Segundo reporta a Reuters, os dois fundos avaliaram as ações negociadas publicamente da Smartsheet com um prêmio de 41% sobre seu preço médio. Se reguladores e acionistas aprovarem o negócio, os acionistas receberiam aproximadamente US$ 56,50 por ação. Segundo dados divulgados no começo de setembro, a Smartsheet estava avaliada em US$ 6,83 bilhões.
A Smartsheet desenvolve conectores para aplicativos do Google, assim como softwares complementares ao Office, operando em integração com plataformas populares de armazenamento, nuvem e CRM, tais como Salesforce e Dropbox. Competindo com produtos como Asana, ClickUp e Monday.com, a Smartsheet diz que atende cerca de 85% das empresa no Fortune 500.
Olhando para os números, a Smartsheet parece um bom negócio para os fundos envolvidos. Em seu trimestre fiscal mais recente, a startup registrou lucros acima do esperado, registrando US$ 276,4 milhões em receita (aumento de 17%) e projetando receita para o ano fiscal completo entre US$ 1,11 bilhão e US$ 1,12 bilhão.
“Nossa próxima fase de crescimento e sucesso do cliente está em andamento, e estamos ansiosos para fazer parceria com a Blackstone e a Vista Equity Partners para acelerar nossa visão de modernizar o gerenciamento de trabalho para empresas globalmente”, disse o CEO da Smartsheet, Mark Mader, em comunicado.
O negócio da SmartSheet é indicativo de uma tendência em alta em 2024: o de investimentos privados. O setor de private equity anda bastante ativo até agora em 2024, servindo como uma poderosa fonte “alternativa” de liquidez para startups e scale-ups de tecnologia em busca de um exit.
Globalmente, outros negócios do tipo chamaram a atenção este ano, como a aquisição da Squarespace pelo fundo Permira, o fechamento de capital da fintech Nuvei (que tem operação no Brasil), em um negócio de US$ 6,3 bilhões com a Advent International.
O maior negócio de private equity esse ano foi o da mediatech Adevinta, que fechou seu capital em maio, depois de uma operação liderada por um consórcio da Permira com – ela mesma – a Blackstone, por US$ 13 bilhões. Outro negócio de mesmo valor anunciado este ano foi o da empresa de entretenimento Endeavor, comprada pelo fundo Silver Lake também por US$ 13 bilhões.
De acordo com o PitchBook, foram realizados 136 acordos de take-private liderados por empresas de private equity em 2023, um aumento de 15% em relação ao ano anterior. Segundo dados divulgados pelo PitchBook em agosto, até agora em 2024, houve 97 acordos desse tipo – ou seja, é possível que os números sejam superados até o fim do ano.
No Brasil, entretanto, parece que a moda ainda está para chegar. Apesar de um 2023 de alta, entre janeiro e maio de 2024, os investimentos em private equity no Brasil somaram R$ 5,4 bilhões, uma queda de 19,4% em relação ao mesmo período de 2023, segundo a TTR Data.