A Stripe, uma das startups norte-americanas mais badaladas do mercado de pagamentos digitais, está fazendo a sua onda de demissões. A fintech anunciou que está dispensando cerca de 14% da sua força de trabalho, o equivalente a 1,1 mil funcionários em sua base de 8 mil colaboradores.
Conforme destacou o CEO da companhia, Patrick Collison, em nota aberta no site da Stripe, os motivos para o passaralho não são novos em relação ao que outras empresas vêm dizendo: segundo ele, a empresa teve uma grande onda de contratações durante a pandemia, com o crescimento acentuado do e-commerce. Contudo, a recessão econômica trazida por 2022 mudou tudo.
“Nós contratamos demais para o mundo em que vivemos agora, e nos dói sermos incapazes de entregar a experiência que esperávamos para os que foram impactados pela Stripe”, afirmou o executivo.
Além disso, Patrick admitiu que a liderança da Stripe cometeu “erros de julgamento”, ao calcular erroneamente o potencial de crescimento da economia online em 2022 e 2023, subestimando o impacto de uma recessão mais ampla no mercado. Apenas em 2022, a fintech viu seu valor de mercado cair de US$ 98 bilhões para US$ 74 bilhões.
“Aumentamos os custos operacionais muito rapidamente. Impulsionados pelo sucesso que estamos vendo em algumas de nossas novas áreas de produtos, permitimos que os custos de coordenação crescessem e as ineficiências operacionais aparecessem”, avaliou o CEO.
A onda de demissões vem no rastro de uma tendência apresentada em outras – e badaladas – fintechs norte-americanas. Esta semana, o neobanco Chime reduziu seu quadro em 12%, demitindo cerca de 160 pessoas. A Brex, queridinha no Vale do Silício (e na Faria Lima também), foi outra que não escapou: no mês passado, a fintech avaliada em US$ 12,3 bilhões teve que fazer cortes, demitindo 136 pessoas (11% do quadro).